Ibovespa recua com Vale e cautela externa após balanços; dólar vai a R$ 5,18

Balanços de grandes empresas de tecnologia são acompanhados de perto, enquanto investidores monitoram PIB dos EUA e falas de Campos Neto

Ações globais têm queda nesta quinta-feira (25)
25 de Abril, 2024 | 10:30 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recua nesta quinta-feira (25), em meio à cautela no exterior com os balanços de tecnologia e dados da economia dos Estados Unidos.

Por volta das 10h25 (horário de Brasília), o índice cedia 0,61%, aos 123.984 pontos, enquanto o dólar subia 0,65%, a R$ 5,18, em dia de baixa também para as ações da mineradora Vale (VALE3). A companhia reportou seu balanço do primeiro trimestre ontem após o fechamento do pregão.

A mineradora reportou um resultado líquido de US$ 1,68 bilhão nos primeiros três meses do ano, uma queda de 10% ante o registrado em igual período de 2023, devido principalmente a preços menores de finos de minério de ferro.

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No critério atribuível aos acionistas, o lucro líquido foi de US$ 1,67 bilhão, recuo de 9% sobre o mesmo intervalo do ano passado. A retração dos preços do cobre e do níquel praticados no período também influenciou o resultado da mineradora.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou US$ 3,43 bilhões de janeiro a março, queda de 7% ano contra ano, em um resultado também influenciado pelos menores preços praticados do minério de ferro.

Por aqui, os investidores também monitoram falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em busca de possíveis mudanças sobre o ciclo de flexibilização monetária. Investidores têm elevado nos últimos dias suas apostas para a taxa Selic ao fim do ano e em 2025.

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Em Wall Street, as ações de tecnologia lideram as quedas nos índices de ações dos Estados Unidos nesta quinta, depois que as perspectivas decepcionantes da Meta (META) destacaram o risco de volatilidade em uma semana de balanços de grandes empresas.

As apostas estão altas para os resultados das gigantes de tecnologia após o frenesi em torno da inteligência artificial impulsionar um recorde de alta. A reação do mercado é um sinal de como as expectativas do impulso da IA para os lucros das empresas que desenvolvem a tecnologia podem ter avançado além do esperado.

Destaque ainda para os números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que mostrou que a economia americana cresceu no último trimestre no ritmo mais lento em quase dois anos, à medida que os gastos dos consumidores e do governo diminuíram em meio a um forte aumento na inflação.

O PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,6%, abaixo de todas as previsões dos economistas. Um déficit comercial mais amplo subtraiu a maior parte do crescimento desde 2022. O principal motor de crescimento da economia - os gastos pessoais - aumentou a um ritmo de 2,5%, mais lento do que o previsto.

-- Com informações da Bloomberg News

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.