Bloomberg Línea — Após alívio no pregão da véspera, o Ibovespa (IBOV) volta a cair nesta quarta-feira (25), pressionado por ruídos fiscais e com investidores atentos à política monetária americana e ao desdobramento do conflito no Oriente Médio entre Israel e Irã.
O principal índice da B3 recua 0,68%, aos 136.196 pontos.
A queda acompanha a expectativa com a votação do projeto que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) implementado por decreto do governo. Apesar da tentativa do Executivo de adiar o pleito, a votação foi pautada na terça-feira (24) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.
Em dia de incertezas no âmbito fiscal, as ações dos grandes bancos pressionam o Ibovespa. Santander Brasil (SANB11) tem baixa de 1,52%, Banco do Brasil (BBAS3) cai 1,36%, Itaú (ITUB4) recua 0,86% e Bradesco (BBDC4) tem queda de 0,36%.
Já o dólar (USDBRL) volta a subir contra o real e é negociado em alta de 0,34%, a R$ 5,54.
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No exterior, o foco do dia está no depoimento ao Senado do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Investidores aguardam perspectivas sobre a tendência das taxas de juros dos EUA.
Na véspera, o presidente do Fed afirmou em depoimento à Câmara dos Deputados que a inflação mais baixa e a contratação mais fraca de mão de obra poderiam levar a uma redução mais rápida dos juros.
A principal conclusão dos últimos discursos das autoridades do Fed é que “não há pressa para retomar a flexibilização, mas cortes de juros ainda estão em pauta se a inflação cair significativamente”, escreveu Elias Haddad, estrategista da Brown Brothers Harriman.
O S&P 500 volta a subir nesta quarta-feira se aproxima das máximas – o recorde foi de 6.144 pontos atingido em 19 de fevereiro. O índice sobe 0,17% no pregão, aos 6.102 pontos.
A força dos ganhos vem ainda dos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, após anúncio de cessar-fogo feito pelo presidente Donad Trump na última segunda-feira (23).
Após acusações mútuas de violar o acordo, o cessar-fogo parece estar se mantendo na quarta-feira, com ambos os lados reivindicando vitória na guerra de 12 dias.
-- Com informações da Bloomberg News
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