Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) alcançou um novo recorde nominal nesta terça-feira (23) com investidores reagindo positivamente à “trégua” entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Luiz Inácio Lula da Silva.
Trump, disse que concordou em se reunir na próxima semana com Lula após uma interação improvisada entre os dois líderes à margem da Assembleia Geral da ONU.
“Devo dizer aos senhores que eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós o vimos, e eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos”, disse Trump em seu discurso na reunião anual de terça-feira (23), proferido depois que o líder brasileiro também discursou na organização.
A sinalização animou os investidores, que levaram a bolsa a um novo recorde e o dólar ao menor patamar do ano.
O Ibovespa subiu 0,91%, aos 146.424,94 pontos. Já o dólar recuou 1,10%, cotado a R$ 5,28.

A relação entre Trump e Lula se desgastou pelo apoio do republicano ao ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Próximo ao republicano, Bolsonaro recebeu pena superior a 27 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apesar das pressões de Washington para que o processo fosse interrompido.
Como forma de retaliação, Trump elevou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e anunciou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e integrantes da acusação.
Ainda assim, na terça-feira, o presidente americano adotou um tom caloroso ao se dirigir a Lula, mesmo mantendo críticas ao Brasil.
“Ele pareceu ser um homem muito bom, na verdade. Ele gostou de mim, eu gostei dele”, disse Trump. “Pelo menos por cerca de 39 segundos tivemos uma química excelente, é um bom sinal.”
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Trump disse que esperava que as duas nações pudessem encontrar uma maneira de trabalhar juntas.
Antes da fala do americano, Lula abriu a Assembleia Geral com uma mensagem dura para Trump.
“Ataques contra a independência do judiciário são inaceitáveis”, disse Lula durante o discurso. “O Brasil envia uma mensagem a todos os aspirantes a autocratas e àqueles que os apoiam: Nossa democracia e nossa soberania não são negociáveis.”
-- Com a Bloomberg News
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