Ibovespa hoje: bolsa sobe e dólar cai em dia de ata do Copom

Investidores reforçam apostas em corte da Selic após ata do Copom e inflação abaixo do esperado; Braskem (BRKM5) subiu 18%

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11 de Novembro, 2025 | 07:14 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) voltou a subir nesta terça-feira (11) e atingiu seu 12º recorde consecutivo.

Investidores reagiram à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e aos dados de inflação de outubro, ambos divulgados pela manhã.

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O principal índice da B3 avançou 1,60% por volta, aos 157.748,60 pontos.

O dólar, por sua vez, manteve a tendência de queda e encerrou o dia em queda de 0,64% no mesmo horário, cotado a R$ 5,27.

Fechamento 11/11/2025

A inflação desacelerou mais que o esperado em outubro, e chegou a 0,09% – menor patamar para o mês desde 1998, quando o indicador registrou 0,02%.

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O número ficou abaixo dos 0,15% esperados pelos analistas consultados pela Bloomberg News, e foi interpretado como um sinal de que as altas taxas de juros estão fazendo efeito na estratégia de controle da inflação.

Em sua última reunião de política monetária, realizada entre de 4 e 5 de novembro, o Copom manteve a Selic estável em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva.

Na ata da reunião, divulgada nesta terça-feira, o BC reforçou a estratégia de juros altos e afirmou que optou por “manter as taxas inalteradas por um período muito prolongado, com maior confiança de que isso é suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta”.

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O BC, no entanto, reconheceu certa moderação da atividade econômica e da inflação, o que animou os investidores que esperam um corte na taxa de juros já na primeira reunião de janeiro de 2026.

“Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação”, informa a ata.

Ainda assim, o BC reforçou que “não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado”.

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Nos Estados Unidos, a preocupação dos investidores com os valuations das ações de inteligência artificial volta ao radar depois que o SoftBank do Japão vendeu sua participação na Nvidia.

As ações da Nvidia (NVDA) recuaram 2,96%. Entre os índices, o de tecnologia Nasdaq teve baixa de 0,25%. Já S&P500 e Dow Jones tiveram altas de 0,21% e 1,18%, respectivamente.

Braskem (BRKM5) dispara 18%

As ações da Braskem (BRKM5) dispararam 18,04% nesta terça-feira (11) em reação a duas notícias: a possível saída da Novonor da empresa e assinatura de um acordo da Braskem para indenizar o desastre ambiental causado de Maceió — o suficiente para que os investidores ignorassem mais um trimestre fraco da gigante petroquímica paulista.

A Novonor está perto de fechar um acordo com seus credores para vender sua participação majoritária na Braskem para um fundo administrado pela gestora de ativos IG4 Capital, disseram fontes familiarizadas com o assunto à Bloomberg News.

Se confirmado, o acordo poderá pôr fim a anos de negociações de fusões e aquisições em torno da Braskem e abrir caminho para novos investimentos que fortaleçam suas finanças.

Os investidores também estão analisando a notícia de que a Braskem firmou um acordo com o estado de Alagoas para pagar R$ 1,2 bilhão e encerrar a disputa sobre o desabamento de uma mina de sal. O acordo garante “indenização integral por quaisquer danos decorrentes e/ou relacionados ao evento geológico em Alagoas”, de acordo com um comunicado ao mercado.

Os potenciais passivos decorrentes do desastre — que custou à Braskem seu status de grau de investimento — vinham afetando as perspectivas da empresa, uma das maiores produtoras petroquímicas do mundo.

Em seu balanço do terceiro trimestre, a Braskem mostrou que continuou a consumir caixa, com US$ 1,3 bilhão em caixa em 30 de setembro, em comparação com US$ 1,7 bilhão no trimestre anterior.

Sua dívida líquida subiu para US$ 7,1 bilhões, enquanto o Ebtida ficou abaixo das estimativas dos analistas devido à queda nas margens internacionais e nas vendas. Isso elevou sua alavancagem para quase 15 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — ante 10,6 vezes no trimestre anterior.

-- Com informações da Bloomberg News.

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