Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em sua maior queda em quase dois meses nesta terça-feira (7), com investidores receosos com o cenário fiscal no Brasil e a paralisação do governo dos Estados Unidos, que prejudicaram os ativos de risco.
O principal índice da B3 caiu 1,57%, aos 141.356 pontos, em seu pior resultado desde o dia 19 de agosto, quando recuou 2,10%.

A queda ocorreu em meio à votação da medida provisória que pode substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A expectativa é que a MP que substitui o IOF seja votada ainda nesta terça-feira. A medida já teve a votação adiada três vezes, e se não for aprovada até quarta-feira (8), perde a validade.
A MP amplia a arrecadação do governo e é vista como essencial para equilibrar as contas públicas. A previsão inicial de arrecadação era de R$ 21 bilhões em 2026, mas o Congresso trabalha com uma proposta que pode reduzir a arrecadação da medida para R$ 17 bilhões.
Também pesou no humor do mercado a declaração do ministro da Fazenda sobre estudos para gratuidade do transporte público – ponto que reforçou preocupações com o equilíbrio das contas do governo e o cumprimento da meta fiscal em ano eleitoral.
Em uma entrevista à TV Brasil, Fernando Haddad disse que o Ministério da Fazenda tem explorado diferentes maneiras de financiar o programa, que foi solicitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ano antes da próxima eleição para chefe de estado.
No exterior, a preocupação dos investidores é com o shutdown do governo devido ao impasse orçamentário, que já entra em sua segunda semana.
Os investidores saíram dos investimentos de risco e buscaram o dólar. A moeda subiu globalmente e, contra o real, teve ganhos de 0,75% nesta terça-feira, cotada a R$ 5,35.
Entre as bolsas americanas, o dia foi de baixa. O S&P 500 caiu 0,38%, o Nasdaq teve baixa de 0,67% e o Dow Jones registrou queda de 0,20%.
O mercado repercute ainda a conversa por ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera.
Os dois líderes conversaram por trinta minutos, e Lula solicitou a revisão das tarifas impostas aos produtos brasileiros. Apesar de ter elogiado a conversa, Trump não sinalizou mudanças tarifárias.
-- Com informações da Bloomberg News.
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