Ibovespa fica de lado após ata do Copom e IPCA-15; Vale e Petrobras caem

Principal índice da bolsa brasileira ficou estável nesta terça-feira, refletindo o sentimento de cautela no exterior; Minerva e Casas Bahia caem

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26 de Março, 2024 | 05:36 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão desta terça-feira (26) sem direção única, em um dia de negociação marcado pelo sentimento de cautela nos mercados internacionais. O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,05%, aos 126.863 pontos, ficando perto da estabilidade. O dólar (USDBRL) avançava 0,13% e era negociado a R$ 4,98.

Investidores reagiram à divulgação da ata do Copom e do IPCA-15 de março, que sugerem um cenário inflacionário ainda desafiador que pode desacelerar o ciclo de cortes da Selic, segundo economistas.

O IPCA-15 apresentou uma desaceleração para 0,36% em março, de 0,78% em fevereiro, mas economistas do mercado estimavam alta de 0,30% na comparação mensal e de 4,09% no acumulado em 12 meses, segundo a mediana de projeções compiladas pela Bloomberg.

A ata do Copom, por sua vez, indicou uma política monetária contracionista até que os processos de desinflação e de ancoragem das expectativas estejam consolidados.

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Segundo os membros do Copom, a conjuntura atual “demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, o que, segundo avaliações preliminares do mercado, corrobora a mudança no comunicado junto com a decisão da semana passada que indica um novo corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião em maio, mas não necessariamente nas seguintes.

O desempenho do Ibovespa foi limitado pela queda das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4), que caíram com o recuo do minério de ferro e do petróleo nos mercados internacionais.

Os papéis da Minerva (BEEF3) também tiveram perdas e lideraram entre as maiores baixas depois de a empresa divulgar o resultado do quarto trimestre na véspera. A companhia apresentou um Ebitda de R$ 606 milhões, abaixo da estimativa de analistas. O resultado foi prejudicado pelo volume de vendas mais fraco no Brasil e pela desvalorização do peso argentino.

Outro papel com impacto negativo foi o do Grupo Casas Bahia (BHIA3), que caiu após o resultado do quarto trimestre. A companhia registrou prejuízo de R$ 1 bilhão nos últimos três meses de 2023, o pior resultado trimestral de sua história, que superou o consenso dos analistas ouvidos pela Bloomberg (R$ 836 milhões).

Ao auditar o resultado, a EY (Ernst & Young) chamou atenção ainda para o risco de condenações em processos judiciais (trabalhistas, cíveis e tributários) em curso que podem resultar em uma perda de até R$ 9 bilhões.

Além do Grupo Casas Bahia, a Totvs (TOTS3) teve perdas depois de analistas do JP Morgan rebaixarem o papel da empresa de tecnologia brasileira de “overweight” (equivalente a compra) para neutro, com base em estimativas mais baixas para os resultados financeiros.

Por outro lado, a Movida (MOVI3) subiu depois de a empresa informar prévia operacional de janeiro e fevereiro com lucro líquido de R$ 21 milhões e divulgar o resultado trimestral do quarto trimestre, o que animou os investidores.

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O resultado teve reflexos também para os papéis da concorrente Localiza (RENT3), que ficaram entre as maiores contribuições positivas para o Ibovespa nesta terça, e da Vamos (VAMO3), empresa do grupo Simpar, controlador da Movida. Outros destaques positivos foram Suzano (SUZB3), São Martinho (SMTO3) e Klabin (KLBN11).

-- Com informações da Bloomberg News.