Ibovespa fecha em queda com temor fiscal; Petrobras cai com Opep+

Após piora no resultado das contas públicas, governo anunciou contenção de R$ 31,3 bilhões além de aumento de IOF

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Bloomberg Línea — De olho na situação fiscal do país, o Ibovespa (IBOV) caiu nesta quinta-feira (22), estendendo o movimento de baixa da véspera, quando recuou 1,6% após superar os 140.000 pontos. Nesta quinta-feira, o principal índice da B3 recuou 0,44%, aos 137.273 pontos.

O dólar, por sua vez, inverteu o sinal e fechou em alta contra o real, subindo 0,32% e cotado a R$ 5,66.

O movimento ocorreu após o governo apresentar uma piora no resultado das contas públicas na divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. A projeção aprovada no Orçamento era de um superávit de R$ 14,6 bilhões, que passou para um déficit de R$ 31 bilhões.

Para zerar o déficit, o governo anunciou contenção de R$ 31,3 bilhões além de aumento de IOF para estimular a arrecadação. Em entrevista, o ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que o montante do contingenciamento parece suficiente para cumprir com o arcabouço. Já o congelamento de gastos pode ser revertido, se a receita subir.

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Parte da pressão veio ainda da queda dos papéis da Petrobras (PETR4), que têm peso na carteira do Ibovespa. As ações da petroleira caíram 1,32% acompanhando a baixa de 1,29% do petróleo no mercado internacional.

A commodity reage negativamente à notícia adiantada pela Bloomberg News de que os membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) estão discutindo um terceiro aumento consecutivo na produção de petróleo em julho.

O início da escalada na oferta coincidiu com a guerra comercial do presidente americano, Donald Trump, em abril e teve um forte impacto nos preços do petróleo.

O petróleo bruto negociado em Londres chegou a atingir uma mínima de quatro anos, perto de US$ 60 o barril.

Conforme a Casa Branca reduziu algumas de suas tarifas, os preços se recuperaram – mas analistas ainda estão pessimistas para o ano.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia projetou que o crescimento da demanda global por petróleo irá desacelerar no restante de 2025.

No exterior, os principais índices de ações americanos ficaram no zero a zero, com investidores ainda preocupados com a dinâmica fiscal nos Estados Unidos.

O S&P 500 caiu 0,04%, Dow Jones ficou estável e Nasdaq avançou 0,28%.

- Com informações da Bloomberg News.

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