Ibovespa fecha em queda com Petrobras, Itaú e Eletrobras; dólar sobe a R$ 5,15

Investidores refletiram o movimento de cautela no exterior à espera da divulgação de novos balanços nos EUA e dados de inflação; Vale teve ganhos antes de balanço

After Hours
24 de Abril, 2024 | 06:06 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recuou pela segunda sessão seguida e encerrou com queda de 0,33%, aos 124.741 pontos, nesta quarta-feira (24). O movimento refletiu o sentimento de cautela de investidores no mercado global, à espera da divulgação de novos balanços nos EUA e do Índice de Preços Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) na sexta-feira. Já o dólar subia 0,41% e era negociado a R$ 5,15 no fechamento.

No Brasil, o desempenho negativo foi influenciado pela queda da Petrobras (PETR3; PETR4), do Itaú Unibanco (ITUB4) e da Eletrobras (ELET3; ELET6). Os papéis da Petz (PETZ3) caíram 9,5% em um movimento de realização de lucros depois das altas nos últimos dias com o anúncio do acordo de fusão com a Cobasi. Grupo Casas Bahia (BHIA3), Vamos (VAMO3), CVC (CVCB3) e Usiminas (USIM5) também cederam, ficando entre as principais quedas.

As perdas foram compensadas em parte pela alta da Vale (VALE3), que subiu com o avanço do preço do minério de ferro no mercado internacional e expectativas de lucros mais elevadas. A mineradora divulga seu balanço do primeiro trimestre nesta quarta, após o fechamento.

O minério de ferro deu um salto nesta quarta depois que a Fortescue disse que problemas em minas no oeste da Austrália provavelmente puxarão seus embarques para o limite inferior de seu guidance para o ano. Os futuros chegaram a subir 5,3% em Singapura, para US$ 118,70 a tonelada.

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A PetroReconcavo (RECV3) também subiu com especulações sobre um possível acordo de fusão com a Eneva (ENEV3). O jornal Valor Econômico informou que as junior oils estudam uma combinação, em mais um movimento no setor após o acordo entre a Enauta (ENAT3) e a 3R Petroleum (RRRP3).

Iguatemi (IGTI11), Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Ambev (ABEV3) também subiram e ficaram entre as maiores altas.

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No noticiário local, os investidores também reagiram às falas de Gabriel Galípolo de que o Banco Central busca entender os efeitos da curva de juros dos Estados Unidos, que tem pressionado o câmbio, sobre a inflação no Brasil. O diretor de política monetária do BC afirmou em evento em São Paulo também alertou para o risco de a autarquia esperar demais para reagir às mudanças no cenário internacional.

Investidores também acompanham a movimentação em Brasília para a entrega ao Congresso pelo governo da proposta para a regulamentação da reforma tributária, prevista para esta quarta-feira.

Já nos EUA, as ações de grandes empresas de tecnologia recuaram no final do dia após um guidance decepcionante da Meta Platforms (META) levantar preocupações sobre se a euforia da inteligência artificial que impulsionou o mercado de alta foi longe demais.

Um fundo negociado em bolsa de US$ 250 bilhões que acompanha o Nasdaq 100 foi afetado quando a controladora do Facebook despencou mais de 10% no after hours depois de aumentar suas estimativas de gastos para o ano e projetar vendas abaixo das expectativas dos analistas.

Em meio à divulgação de balanços, os índices de Nova York tiveram dificuldade em ganhar tração enquanto os investidores se posicionavam para os dados econômicos que ajudarão a moldar as visões sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Para Mark Hackett, da Nationwide, embora o grupo das empresas de tecnologia de maior capitalização de mercado tenha se saído bem nos últimos dois anos devido ao seu crescimento de lucros superior à média do mercado, essa vantagem pode diminuir em 2024 e ainda mais significativamente em 2025.

“As ‘Sete Magníficas’ não são mais tão poderosas como eram antes, e essa ampliação do mercado está criando oportunidades para o resto do S&P 500″, observou. “Vemos isso como um desenvolvimento positivo para investidores que buscam diversificar longe dos líderes de mercado recentes”, acrescentou.

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A Meta reportou receita de US$ 36,5 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de mais de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior. Analistas esperavam uma receita de US$ 36,1 bilhões em média, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg. O lucro mais que dobrou para US$ 12,4 bilhões ou lucro por ação de US$ 4,71.

Mas a empresa de redes sociais sediada em Menlo Park, na Califórnia, também projetou vendas no segundo trimestre de US$ 36,5 bilhões a US$ 39 bilhões. Os analistas esperavam US$ 38,2 bilhões.

- Com informações da Bloomberg News.