Ibovespa destoa do exterior e sobe mesmo após rebaixamento da nota de crédito dos EUA

Moody’s reduziu a classificação de crédito dos EUA de Aaa para Aa1 na sexta-feira; no exterior, risco fiscal preocupa investidores

A Moody’s reduziu a classificação de crédito dos EUA de Aaa para Aa1, alinhando-se à Fitch Ratings e à S&P Global
19 de Maio, 2025 | 11:16 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em leve alta nesta segunda-feira (19), em um movimento que destoa do pessimismo nos Estados Unidos. O principal índice da B3 avança 0,26% por volta das 11h14, aos 139.546 pontos.

O dólar opera em leve queda de 0,08% contra o real, cotado a R$ 5,66. Globalmente, a moeda americana perde mais força: o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes, recua 0,74%.

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A fraqueza das ações e da moeda dos EUA ocorre após o rebaixamento da nota de crédito do país pela Moody’s na última sexta-feira (16), devido ao crescimento da dívida pública.

A agência reduziu a classificação de crédito dos EUA de Aaa para Aa1, alinhando-se à Fitch Ratings e à S&P Global Ratings, que também já haviam classificado a maior economia global abaixo do nível máximo, o triplo A.

“Embora reconheçamos as significativas forças econômicas e financeiras dos EUA, acreditamos que essas já não contrabalançam totalmente a deterioração dos indicadores fiscais,” escreveu a Moody’s em um comunicado.

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A mudança aumentou a insegurança no mercado. “O rebaixamento pode indicar que os investidores exigirão rendimentos mais altos para os títulos do Tesouro”, disse Tracy Chen, gestora de portfólio da Brandywine Global Investment Management, à Bloomberg News.

Embora os ativos americanos tenham se recuperado em resposta a rebaixamentos anteriores da Fitch e da S&P, “resta saber se o mercado reagirá de forma diferente, já que a natureza de refúgio do Tesouro e do dólar norte-americano pode ser um pouco incerta”.

No Brasil, investidores reagem ainda à prévia do PIB divulgada na manhã desta segunda-feira. O IBC-Br teve alta de 0,8% em março, acima das expectativas do mercado.

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Entre as ações, Marfrig (MRFG3) fica entre as maiores perdas com queda de 3,83%. O movimento é de correção após a disparada de 21,35% que sucedeu o anúncio de fusão com a BRF (BRFS3).

As ações da BRF recuam 0,43%.

A nova companhia será denominada MBRF Global Foods Company, caso a operação seja aprovada pelos acionistas de ambas as companhias, em assembleias agendadas para 18 de junho, além de autoridades regulatórias.

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- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.