Ibovespa cai e dólar sobe a R$ 5,55 com IOF em xeque; bancos recuam em bloco

Queda acompanhou a expectativa com a votação do projeto que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, medida proposta pelo governo para elevar a arrecadação

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25 de Junho, 2025 | 06:18 PM

Bloomberg Línea — Após alívio no pregão da véspera, o Ibovespa (IBOV) voltou a cair nesta quarta-feira (25), pressionado por ruídos fiscais e com investidores atentos à política monetária americana e ao desdobramento do conflito no Oriente Médio entre Israel e Irã.

O principal índice da B3 recuou 1,02%, aos 135.767 pontos.

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Fechamento 25062025

A queda acompanhou a expectativa com a votação do projeto que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) implementado por decreto do governo.

Apesar da tentativa do Executivo de adiar o pleito, a votação foi pautada na terça-feira (24) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.

O temor dos investidores é que a falta de consenso sobre a medida possa agravar a situação fiscal do país.

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Em dia de incertezas no âmbito doméstico, as ações dos grandes bancos pressionaram o Ibovespa. Itaú (ITUB4) recuou 1,80%, Santander Brasil (SANB11) teve baixa de 1,38%, Bradesco (BBDC4) teve queda de 0,85% e Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,84%.

Já o dólar (USDBRL) voltou a subir contra o real e fechou a sessão negociado em alta de 0,63%, a R$ 5,55.

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No exterior, o foco do dia ficou com o depoimento ao Senado de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell disse que o Fed ainda luta para determinar o impacto das tarifas comerciais do presidente Donald Trump sobre os preços ao consumidor.

“A questão é: quem vai pagar pelas tarifas?”, disse Powell em resposta a uma pergunta durante seu depoimento perante o Comitê Bancário do Senado. “Quanto disso se reflete na inflação? E, sinceramente, é muito difícil prever isso com antecedência.”

Na terça-feira (24), Powell havia repetido sua mensagem de que as autoridades não precisam se apressar para reduzir as taxas, citando a economia forte e a incerteza sobre como as tarifas afetarão a inflação.

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A principal conclusão dos últimos discursos das autoridades do Fed é que “não há pressa para retomar a flexibilização, mas cortes de juros ainda estão em pauta se a inflação cair significativamente”, escreveu Elias Haddad, estrategista da Brown Brothers Harriman.

O S&P 500 ficou estável nesta quarta-feira, ainda próximo das máximas – o recorde foi de 6.144 pontos atingido em 19 de fevereiro. O índice está atualmente em 6.092 pontos.

Agentes de mercado avaliam ainda dos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, após anúncio de cessar-fogo feito pelo presidente Donald Trump na última segunda-feira (23).

Após acusações mútuas de violar o acordo, o cessar-fogo parece estar se mantendo na quarta-feira, com ambos os lados reivindicando vitória na guerra.

-- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.