Ibovespa cai com política comercial dos EUA, mas alta da Petrobras reduz perdas

Investidores aguardam definição sobre políticas tarifárias do presidente Donald Trump após ameaça aos Brics e adiamento de taxas para 1º de agosto

Por

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta terça-feira (8), com investidores ainda cautelosos com a política comercial dos Estados Unidos após o presidente americano Donald Trump ter adiado a implementação das tarifas para 1º de agosto.

O principal índice da B3 caiu 0,13%, aos 139.303 pontos. Na véspera, o Ibovespa já havia recuado 1,26% em meio ao recuo em bloco das bolsas americanas.

A queda desta terça não foi maior devido ao impulso das ações da Petrobras (PETR3), que subiram 2,52% acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional.

O dólar, por sua vez, teve baixa de 0,59% em movimento de correção após a alta da sessão anterior. A moeda encerrou o dia cotada a R$ 5,45.

A tendência do dia foi de incerteza em relação à política tarifária de Trump, que vem movimentando o noticiário desde o início da semana.

Na noite de domingo (6), Trump disse que aplicaria uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhasse com “as políticas antiamericanas do Brics”.

“Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa ADICIONAL de 10%”, disse Trump em um post no Truth Social. “Não haverá exceções a essa política”.

A ameaça foi feita poucos dias antes do que seria o fim do prazo extra de 90 dias do grande pacote de tarifas unilaterais anunciado por Trump em abril.

O prazo foi novamente estendido em três semanas, para o dia 1º de agosto.

Leia também: Tendência de dólar fraco favorece moedas como o real, segundo o BBVA

Nesta terça-feira, os principais índices dos EUA ficaram perto da estabilidade com as tarifas no radar. O S&P 500 tem leve queda de 0,07% e o Nasdaq subiu 0,03%.

“As manchetes sobre a guerra comercial estão ganhando força, mas isso não significa que teremos uma repetição do [movimento de] final de março e início de abril”, disse Bret Kenwell, da eToro, à Bloomberg News.

“Se houver confiança de que as negociações continuarão ou que os prazos serão estendidos, os mercados podem continuar a se livrar das manchetes.”

No entanto, observou Kenwell, se os investidores sentirem que a situação comercial pode se tornar “mais um problema”, podemos muito bem ver outra retração nas ações.

“A menos que a situação realmente se desenrole, uma retração de 5% a 10% provavelmente será vista como uma oportunidade de compra pelos investidores de varejo”, observou.

“Tudo isso parece uma estratégia de negociação da Casa Branca”, disse Michael Brown, estrategista sênior da Pepperstone Group, em Londres. “Mas esse antigo pilar da tese altista pode se tornar muito mais frágil, quanto mais tempo persistir esse grau atual de volatilidade nas políticas.”

-- Com informações da Bloomberg News.

Leia também

Verde, de Stuhlberger, retoma aposta em bolsa brasileira e amplia posição em real