Ibovespa perde 4% em julho, primeiro recuo mensal desde fevereiro; dólar sobe

Investidores repercutem tarifas dos EUA ao Brasil, manutenção da Selic e temporada de balanços

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31 de Julho, 2025 | 06:03 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o último pregão de julho com um desempenho semelhante ao que marcou o mês: queda da bolsa e alta do dólar.

O movimento desta quinta-feira (31) vem em correção à alta da véspera, pressionado pela queda das ações da Vale (VALE3) e da Ambev (ABEV3).

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O índice caiu 0,69%, aos 133.071 pontos. O dólar voltou a ganhar força contra o real e subiu 0,19%, a R$ 5,60.

No mês, o Ibovespa caiu 4,17%, depois de uma sequência de quatro meses em alta, enquanto a moeda americana subiu um acumulado de 3%.

Fechamento 31/07/2025

Nesta quinta-feira, o dia foi de retomada nas apreensões com as negociações comerciais entre Estados Unidos e Brasil.

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No pregão anterior, o alívio tomou conta dos mercados após o governo dos EUA incluir uma longa lista de exceções às tarifas, como suco de laranja e peças de aeronaves.

A Embraer (EMBR3) teve o segundo dia de ganhos e subiu mais 5,78% após disparada de 11% no pregão de quarta-feira (30).

Na ponta negativa, o Ibovespa foi pressionado pela queda das ações da Vale, papel com maior peso na composição do índice.

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A mineradora teve baixa de 0,71%, com investidores à espera do balanço trimestral que será divulgado após o fechamento do mercado.

Outro papel que se destacou entre baixas foi a Ambev, que recuou 5,25% após apresentar seu balanço com recuo de volumes.

A companhia informou que o volume de cerveja caiu 8,9% no Brasil, com enfraquecimento do mercado e maior concorrência.

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No campo macroeconômico, os investidores repercutiram as decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos EUA, que ocorreram na véspera.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na tarde desta quarta-feira (30) manter a taxa básica de juros inalterada em 15% ao ano.

Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve a taxa de juros inalterada no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.

A manutenção da Selic era amplamente esperada pelo mercado. Todos os economistas consultados em uma pesquisa da Bloomberg antes da decisão previam que a taxa básica de juros seria mantida em 15% ao ano, o maior nível desde 2016.

No exterior, a alta das ações de grandes empresas de tecnologia não foi o suficiente para impulsionar os índices de Wall Street.

O S&P 500 caiu 0,37%, enquanto o Nasdaq ficou perto da estabilidade, com leve queda de 0,03%.

Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.