Ibovespa cai 1,31%, e dólar sobe com anúncio de tarifas de Trump sobre o Brasil

Presidente americano enviou uma carta ao governo brasileiro avisando que cobraria 50% de tarifas sobre produtos do país a partir de agosto

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) caiu 1,31% nesta quarta-feira (9), em dia tensão pelo anúncio das sanções do governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros.

O principal índice da B3 recuou 1,31%, encerrando o dia aos 137.480 pontos.

O dólar subiu 1,06% ante o real, e fechou cotado a R$ 5,50.

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O Ibovespa operou em baixa desde a abertura pela manhã com cautela pelas declarações de Trump sobre o Brasil e pelo feriado estadual em São Paulo. O recuo se intensificou à tarde, depois que o presidente americano declarou que uma carta seria enviada ao Brasil indicando as tarifas que seriam cobradas do país. “O Brasil não tem sido bom para nós”, disse.

Já no final do pregão, o governo americano anunciou que iria impor a partir de agosto uma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil importados pelos EUA. Trump justificou a taxa com questões políticas, alegando perseguição a Jair Bolsonaro, e econômicas, criticando os impostos brasileiros.

A medida, se concretizada, representará uma elevação em relação aos 10% anunciados no começo de abril, por ocasião da apresentação de sua política de tarifas aos parceiros comerciais.

Trump divulgou uma nova rodada de cartas de cobrança de tarifas na quarta-feira, com a taxa do Brasil sendo uma das mais altas já anunciadas para as taxas, que devem entrar em vigor em agosto.

No exterior, a recuperação de várias grandes empresas de tecnologia impulsionou uma recuperação nas ações, e a Nvidia atingiu brevemente US$ 4 trilhões.

Os operadores de ações ignoraram a ansiedade comercial, levando o S&P 500 a apenas alguns pontos de sua máxima histórica.

“Acreditamos que o cenário para os mercados de ações parece otimista, mesmo diante do nervosismo renovado em relação à guerra comercial”, disse Craig Johnson, da Piper Sandler. “Embora as ações possam sofrer alguma pressão no curto prazo, os investidores estão cada vez mais se tornando insensíveis às manchetes sobre tarifas e, em vez disso, focando nas tendências.”

-- Com informações da Bloomberg News.

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