Futuros em NY sobem à espera de payroll e de olho em negociações comerciais

Os temores de recessão nos EUA podem diminuir se os dados de emprego desta sexta-feira mostrar resiliência, segundo Michael Hartnett, do Bank of America

Ações globais ampliam perdas com tarifaço de Trump e aversão a riscos |
02 de Maio, 2025 | 08:51 AM

Bloomberg — Os futuros dos EUA operam em alta nesta sexta-feira (2), após a China sinalizar a possibilidade de retomada das negociações comerciais.

Os futuros do índice subiam 0,5% nesta sexta-feira, o que coloca o S&P 500 a caminho de seu nono dia consecutivo de alta.

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Na Europa, os ganhos foram ainda maiores, com o índice Stoxx 600 saltando mais de 1%. O dólar recuava e os Treasuries permaneciam praticamente estáveis antes da divulgação do relatório de empregos dos EUA, que deve mostrar desaceleração na criação de vagas e estabilidade na taxa de desemprego.

Os papéis da Apple caía 2,9% no pré-mercado após reportar queda nas vendas na China e alertar que tarifas vão aumentar seus custos.

Amazon.com Inc. recuava 1,5%, à medida que se prepara para um ambiente de negócios mais difícil e projetou uma previsão mais fraca que o esperado para seu lucro operacional.

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Investidores agora apostam em uma postura mais amigável ao mercado por parte do presidente Donald Trump nos próximos meses.

E os temores de recessão nos EUA podem diminuir ainda mais se o relatório de empregos desta sexta-feira mostrar resiliência, segundo Michael Hartnett, do Bank of America.

Economistas esperam que o relatório mostre a criação de apenas 135 mil vagas em abril, após um desempenho muito acima do esperado em março. As pesquisas que embasam o relatório foram feitas na segunda semana de abril, quando Trump suspendeu algumas tarifas e elevou acentuadamente outras sobre produtos chineses.

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“Parece que podemos ter atingido o pico da incerteza política”, disse Kevin Thozet, membro do comitê de investimentos da Carmignac, em Paris.

“As negociações estão em andamento e Trump parece ter suavizado algumas de suas políticas. Se somarmos a isso uma temporada de balanços relativamente positiva, o pano de fundo geral não é tão ruim assim.”

Ainda assim, crescem as apostas de que o Federal Reserve será forçado a acelerar os cortes de juros para evitar uma desaceleração econômica.

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O mercado monetário precifica quase quatro cortes de juros de 0,25 ponto percentual em 2025 — um a mais do que o previsto antes do anúncio tarifário de Trump em 2 de abril.

As bolsas asiáticas também subiram, com o índice MSCI da região avançando 2%. O Ministério do Comércio da China afirmou, em comunicado nesta sexta-feira, que notou autoridades americanas de alto escalão expressando repetidamente disposição para dialogar com Pequim sobre tarifas, e pediu que Washington demonstre “sinceridade” em relação à China.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (02 de maio):

- Nova vítima das tarifas. A Amazon informou que está se preparando para um ambiente de negócios mais desafiador nos próximos meses, ecoando as preocupações de uma série de empresas de que as tarifas e o risco de recessão poderiam prejudicar a demanda dos consumidores.

- Nova estratégia da Temu. A companhia vai abandonar o modelo centrado em importações baratas da China e passará a vender apenas produtos produzidos localmente aos consumidores americanos no futuro próximo. O objetivo é evitar as tarifas e manter os preços para os americanos inalterados.

- Alimentos em alta. Um índice das Nações Unidas que monitora os custos dos alimentos subiu para 128,3 pontos, um salto de 1% em relação ao mês anterior, atingindo níveis não vistos desde março de 2023. A mudança sugere a possibilidade de mantimentos mais caros.

Ações globais 02/05/25
🔘 As bolsas ontem (01/05): Dow Jones Industrials (+0,21%), S&P 500 (+0,63%), Nasdaq Composite (+1,52%), Stoxx 600 (+0,48%), Ibovespa (-)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.