Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam em leve alta nesta terça-feira (12), com os investidores à espera dos dados de inflação ao consumidor nos EUA (o CPI de julho), que pode redefinir as expectativas para cortes de juros.
Os contratos do S&P 500 subiram 0,2%. O dólar operava estável. Os Treasuries dos EUA registraram pouca movimentação, com o rendimento dos títulos de 10 anos caindo menos de um ponto-base, para 4,28%. O ouro subiu levemente.
Na Europa, o índice Stoxx 600 avançou 0,3%, com ações do setor de luxo se destacando após Washington estender a trégua comercial com Pequim. Um indicador de ações asiáticas subiu 0,5%.
O relatório de inflação será divulgado nesta terça-feira chega após traders, nas últimas semanas, terem aumentado as apostas em um afrouxamento da política monetária do Federal Reserve ainda este ano, com o objetivo de sustentar um mercado de trabalho que dá sinais de enfraquecimento.
Ainda assim, os investidores permanecem atentos ao risco de pressões inflacionárias persistentes — especialmente diante das mudanças nas políticas tarifárias dos EUA — e à possibilidade de um cenário de estagflação.
Os mercados futuros indicam que os traders precificam mais de dois cortes de juros até dezembro, com cerca de 80% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual no próximo mês.
O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), visto como uma medida da inflação subjacente por excluir custos voláteis de alimentos e energia, deve mostrar alta de 0,3% em julho, ante 0,2% no mês anterior.
“Se houver uma desaceleração contínua no mercado de trabalho, esperamos que o Fed corte os juros mesmo diante de uma inflação resistente”, disse Mohit Kumar, estrategista-chefe europeu do Jefferies International.
“No entanto, uma inflação persistente impedirá uma política de afrouxamento mais agressiva.”
O estrategista do Markets Live, Garfield Reynolds, disse:
As bolsas globais parecem cautelosas antes da divulgação do CPI dos EUA na terça-feira, dado o potencial de o dado frustrar expectativas de cortes de juros pelo Fed — fator que ajudou a sustentar o apetite por risco nos EUA e em outros mercados. As ações asiáticas podem enfrentar uma relação risco-retorno mais desfavorável, dada a hesitação dos investidores locais.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (12 de agosto):
- A era do stablecoin na Visa. A companhia aposta nas stablecoins como oportunidade de crescimento, expandiu serviços de liquidação e firmou parcerias com bancos e fintechs para integrá-las ao comércio global. A estratégia mira especialmente mercados emergentes, onde o acesso a cartões é limitado.
- China ajusta estratégia para chips. O país orientou empresas locais a evitarem o uso dos chips H20 da Nvidia e de modelos da AMD em aplicações governamentais ou estratégicas. A sinalização ocorre em meio a preocupações de segurança e para incentivar companhias domésticas.
- Agro sob efeito das tarifas. A África do Sul tem buscado novos mercados na Ásia, no Oriente Médio e na Rússia para compensar as tarifas de 30% impostas pelos EUA sobre frutas, nozes, uvas e vinho. O ministro da Agricultura do país, John Steenhuisen, disse que a prioridade é ampliar as exportações à China.

🔘 As bolsas ontem (11/08): Dow Jones Industrials (-0,45%), S&P 500 (-0,25%), Nasdaq Composite (-0,30%), Stoxx 600 (-0,06%), Ibovespa (-0,21%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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