Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam em queda nesta quarta-feira (1) com o início do shutdown do governo americano, o que ameaça um apagão temporário no reporte de dados econômicos.
Os contratos do S&P 500 recuaram 0,6% à medida que os traders reduziram risco após o melhor setembro do índice em 15 anos.
Os futuros do Nasdaq 100 caíram 0,7%, com ações de tecnologia entre as maiores quedas no pré-mercado. O dólar ampliou sua queda pelo quarto dia seguido.
O ouro se aproximou de US$ 3.900 a onça, sustentando um rali recorde. Os Treasuries tiveram pouca variação.
Na Europa, o Stoxx 600 subiu, e ficou a um passo de sua primeira máxima histórica desde agosto. Empresas farmacêuticas avançaram após a Pfizer conseguir uma trégua das tarifas há muito ameaçadas pelo presidente Donald Trump sobre a indústria farmacêutica.
O governo dos EUA foi paralisado após o prazo de financiamento da meia-noite, em meio ao embate entre Trump e os democratas no Congresso sobre gastos com saúde. Com relatórios econômicos importantes suspensos, os traders temem que a perda de visibilidade deixe os mercados no escuro quanto às perspectivas de política monetária.
Os primeiros relatórios em risco são os pedidos semanais de seguro-desemprego desta quinta-feira e a divulgação de setembro do payroll (folha de pagamento não agrícola) em 3 de outubro.
“Se não tivermos os dados, não tivermos o relatório de empregos e, além disso, não tivermos o relatório de inflação, acho que isso definitivamente se tornaria um risco real”, disse Hebe Chen, analista de mercado da Vantage Markets, à Bloomberg Television.
“E tenho que dizer que esse risco ainda não foi precificado pelo mercado neste momento.”
Escritório de Orçamento do Congresso estima que cerca de 750 mil funcionários serão colocados em licença não remunerada, a um custo diário de US$ 400 milhões em salários perdidos.
O plano do governo Trump de demitir funcionários federais aumentaria os pedidos de auxílio-desemprego em um momento em que o mercado de trabalho já mostra fragilidade.
Embora a próxima reunião do Federal Reserve ainda esteja a quatro semanas de distância, os dirigentes de política podem ter que tomar decisões com base em um cenário incerto, com sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e a inflação acima da meta.
“Nesse caso, é provável que ocorra um corte de juros, mas a incerteza pode levar a uma mudança nas expectativas e a uma maior volatilidade”, disse Daniela Sabin Hathorn, analista sênior de mercado da Capital.com.
Atualmente, os mercados monetários precificam 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual neste mês e quase 70% de probabilidade de outro até o fim do ano.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (01 de outubro):
- Paralisação nos EUA. O Congresso não chegou a um acordo sobre o orçamento e os EUA entraram no primeiro shutdown em quase sete anos, o terceiro sob Donald Trump. A medida pode afetar até 750 mil servidores, atrasar a divulgação de dados cruciais como o payroll e elevar o desemprego caso se prolongue.
- Avança tributação sobre o consumo. O Senado brasileiro aprovou, por 51 votos a favor, 10 contra e 1 abstenção, o projeto que conclui a regulamentação da reforma tributária do consumo. O texto define o regimento do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A proposta retorna à Câmara para nova análise.
- Novo Nordisk mira em testes. A dinamarquesa aposta em testes avançados de um tratamento experimental para Alzheimer com semaglutida em pílula, o mesmo princípio ativo de Ozempic e Wegovy. O resultado, esperado até o fim do ano, pode levar as ações a subir até 15% ou cair 10%, segundo o Morgan Stanley.

🔘 As bolsas ontem (30/09): Dow Jones Industrials (+0,18%), S&P 500 (+0,41%), Nasdaq Composite (+0,31%), Stoxx 600 (+0,48%), Ibovespa (-0,07%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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