Futuros da Ásia apontam para queda após fortes dados de emprego nos EUA

Investidores digerem dados de emprego acima do esperado nos EUA, mostrando que economia americana segue resiliente em nova pressão sobre o Fed

Na quinta (3), balanços da Apple e Amazon ganham os holofotes
Por Richard Henderson
02 de Agosto, 2023 | 08:19 PM

Bloomberg — Os futuros de ações asiáticas caíram após uma sessão de sell-off em Wall Street, com investidores digerindo dados que mostram um mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos, o que manterá a pressão sobre o Federal Reserve para continuar com sua política restritiva.

Os contratos para benchmarks no Japão, Austrália e Hong Kong operavam em queda. O índice S&P 500 caiu 1,4% na quarta (2), em seu pior dia desde abril, interrompendo uma recente alta impulsionada em parte pela demanda dos investidores por ações de inteligência artificial.

A empolgação pareceu diminuir à medida que o Nasdaq 100 caiu 2,2% e a Qualcomm recuou no after hours após um fraco guidance para as receitas.

O índice VIX, conhecido como o “medidor de medo” de Wall Street, subiu acentuadamente para níveis não vistos desde o final de maio. Os futuros de ações dos EUA permaneciam estáveis no início das negociações asiáticas.

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A venda de títulos do Tesouro empurrou o rendimento do Tesouro de 10 anos para níveis não vistos desde novembro.

O sell-off foi impulsionado pelos dados de emprego no setor privado (ADP), que mostraram que as empresas dos EUA adicionaram 324.000 novas vagas no mês passado, bem acima das previsões de 190.000 vagas.

Os títulos do Tesouro de curto prazo tiveram alta, criando um acentuado declive na curva de rendimentos. Segundo Matt Maley, da Miller Tabak, uma rápida mudança de uma curva invertida para uma curva inclinada tem sido seguida por uma queda significativa no mercado de ações.

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“Há algumas preocupações, incluindo a recente alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro. A inclinação da curva de rendimentos - saindo de uma posição invertida - é negativa, não positiva, para o mercado de ações.”

Os investidores também digeriram a notícia de que o Tesouro emitirá US$ 103 bilhões em títulos na próxima semana, abrangendo notas de 3, 10 e 30 anos. A emissão trimestral é maior do que a de US$ 96 bilhões feita da última vez, e ligeiramente acima das previsões.

Na Europa, o Banco da Inglaterra deve aumentar as taxas de juros em 25 pontos-base para 5,25%. A especulação também cresce sobre a possibilidade de ele surpreender os economistas ao sinalizar um aumento no ritmo de vendas de títulos, à medida que busca reduzir sua grande participação no mercado.

No âmbito corporativo, o PayPal (PYPL) informou que uma medida chave de lucros diminuiu no segundo trimestre, pois a empresa precisou reservar mais dinheiro para cobrir empréstimos problemáticos concedidos a comerciantes.

Enquanto isso, a Shopify relatou vendas e lucro no segundo trimestre que superaram as expectativas dos analistas.

Os investidores estarão de olho nos resultados da Apple (AAPL), que serão divulgados na quinta-feira (3). Espera-se que a fabricante do iPhone apresente sua terceira queda consecutiva na receita na base anual.

A Amazon (AMZN) também divulgará resultados trimestrais amanhã, com investidores e analistas acompanhando de perto seu negócio de computação em nuvem.

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Em outras notícias, o petróleo ficou estável após uma queda de dois dias, o ouro permaneceu próximo a US$ 1.935 por onça e o Bitcoin era negociado ligeiramente acima de US$ 29.000.

-- Com a colaboração de Rita Nazareth.

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