Dos sinais da agenda macro ao rali do bitcoin: os eventos que movem os mercados

Os dados sobre a criação de empregos nos EUA ajudarão a calibrar as expectativas dos investidores quanto à política monetária do Fed. Será que o mercado exagerou em seu otimismo?

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
04 de Dezembro, 2023 | 07:26 AM

Barcelona, Espanha — Esta será uma semana preparatória e de ajustes para a seguinte, quando se reunirão para arbitrar sobre suas taxas de juros, pela última vez em 2023, o Federal Reserve (quarta-feira, 13), o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra (ambos na quinta, 14). É consenso no mercado que nenhum destes bancos centrais baixarão o custo do dinheiro. A questão, porém, está nas mensagens que serão transmitidas para esfriar as expectativas dos investidores (para alguns excessivamente otimistas)sobre o “timing” das tão esperadas reduções.

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

👁️ De olho na macro. Em matéria de indicadores, o protagonista desta semana é o emprego nos Estados Unidos, para o qual se espera que siga resistente, mas sem surpresas. O resultado é amplamente esperado porque poderia indicar se, de fato, os mercados exageraram no entusiasmo com as condições econômicas mais suaves, o que abriria caminho para o Fed cortar suas taxas. Amanhã sai a leitura sobre as vagas nos EUA (JOLTS) para outubro, seguida pelo relatório de emprego da ADP na quarta-feira e pelas folhas de pagamento não agrícolas na sexta.

PUBLICIDADE

🔝 Para o alto e avante. O bitcoin segue seu curso de alta, motivado pelas expectativas de juros menores e de maior demanda por fundos negociados em bolsa. O token chegou a marcar US$ 41.746 esta manhã, levando seu salto de 2023 para 152%. Logo depois, desacelerou seu ritmo de alta. A última vez que o bitcoin atingiu esse nível foi em abril de 2022, antes do colapso da stablecoin TerraUSD, que contribuiu para apagar US$ 2 trilhões em ativos digitais.

🏃 Corrida bilionária pelo baixo peso. A Roche Holding concordou em pagar até US$ 3,1 bilhões pela Carmot Therapeutics, que desenvolve um novo tipo de tratamento para perda de peso que provocou uma corrida do ouro na indústria farmacêutica. O acordo, que envolve três medicamentos experimentais para obesidade e diabetes, pode levar a suíça a competir com a rival europeia Novo Nordisk, cujo medicamento Wegovy impulsionou a farmacêutica dinamarquesa e a tornou a empresa mais valiosa do continente.

✂️ Nova onda de cortes. O Spotify anunciou que reduzirá o número de funcionários em cerca de 17%. Esta é pelo menos a terceira vez este ano que o serviço de streaming elimina empregos. Os cortes afetarão cerca de 1.500 pessoas. Embora o gigante do streaming de áudio esteja em ritmo acelerado para adicionar mais de 100 milhões de usuários este ano, sua melhor marca até agora, e tenha lucrado no último trimestre, o CEO Daniel Ek acha que a empresa está gastando demais.

PUBLICIDADE

🎯 AT1 do Credit Suisse na mira. Os japoneses continuam reagindo às perdas que amargaram com os títulos AT1 do Credit Suisse. Investidores processaram em Tóquio as corretoras da SBI Holdings, Rakuten Group e Monex Group. Há três meses, investidores entraram com uma ação coletiva contra a unidade de títulos do Mitsubishi UFJ Financial Group, o maior banco do país. Ao redor do globo, os detentores destes títulos perderam tudo quando a Suíça reduziu cerca de US$17 bilhões destes ativos como parte da fusão com o maior rival do banco, o UBS Group. A perda deu origem a vários processos judiciais em todo o mundo.

🇨🇳 Enquanto isso, na China... As ações da China Evergrande Group subiram até 22% depois que um tribunal de Hong Kong adiou novamente, para surpresa do mercado, a decisão sobre a liquidação da incorporadora imobiliária mais endividada do mundo. Os procedimentos jurídicos foram adiados para 29 de janeiro.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA recuavam. Na Europa, a maior parte das bolsas também operava no vermelho. No fechamento das bolsas da Ásia, o tom foi majoritariamente negativo. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA subia para 4,245%. Entre as divisas, euro, e libra e iene se depreciavam frente ao dólar. O ouro avançava e os contratos de petróleo bruto WTI perdiam valor.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã
Tabela

🔘 As bolsas na sexta-feira (01/12): Dow Jones Industrials (+0,82%), S&P 500 (+0,59), Nasdaq Composite (+0,55%), Stoxx 600 (+0,99%), Ibovespa (+0,67%)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.