Dólar sobe a R$ 5,58 e Ibovespa recua com tarifas de Trump; BRF cai 4,55%

Bolsas dos EUA subiram mesmo após ameaça de tarifas de 30% sobre produtos do México e da União Europeia

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve mais um pregão de aversão ao risco nesta segunda-feira (14), após o presidente americano Donald Trump elevar as ameaças a parceiros comerciais com tarifas sobre os produtos exportados aos Estados Unidos.

O principal índice da B3 recuou 0,65%, aos 136.299 pontos, em sua sexta queda consecutiva. Já o dólar subiu 0,65%, a R$ 5,58 – maior patamar desde o início de junho.

No cenário local, investidores também ainda repercutem as consequências da guerra comercial de Trump para o Brasil. O presidente americano anunciou na última quarta-feira (9) uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros – a tarifa mais alta entre as diversas impostas na semana passada.

A expectativa é que a ameaça seja usada como ferramenta de negociação. Se implementada, as tarifas passariam a valer no dia 1º de agosto e afetariam uma série de empresas brasileiras, do agronegócio à indústria.

Leia também: O impacto das tarifas de Trump ao Brasil por setores e empresas, na visão do mercado

O Brasil não foi o único a receber novas imposições tarifárias. Com o fim do prazo de negociação das tarifas impostas em 1º de abril, Trump abriu uma nova onda de ameaças comerciais.

Entre as mais recentes, estão as tarifas de 30% contra o México e a União Europeia, dois dos maiores parceiros comerciais dos EUA, anunciadas no final de semana.

Embora a maioria dos traders interprete a retórica do ex-presidente como uma estratégia de negociação e aposte em tarifas mais suaves com o fim do prazo em agosto, o ambiente segue volátil.

O S&P 500, que chegou a cair diante das incertezas do cenário macroeconômico, virou para alta e subiu 0,14%. O Nasdaq 100 avançou 0,27% e o índice pan-europeu Stoxx 600 diminui as perdas ao longo do pregão e fechou estável, com leve queda de 0,06%.

Destaques de ações

No campo negativo, a BRF (BRFS3) ficou na lanterna do Ibovespa com queda de 4,55%, com a notícia de que a Previ, fundo de previdência do Banco do Brasil, encerrou posição de três décadas na empresa.

O motivo foi a fusão com a Marfrig (MRFG3). “A Previ entende que a relação de troca proposta na fusão não reflete adequadamente o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários e, consequentemente, para os associados”, informou a Previ em nota.

“Em nossa visão, este movimento é negativo para os acionistas de BRF, que contam com uma relação de troca desfavorável”, avaliaram os analistas da Ativa Investimentos em relatório.

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), as duas ações com maior participação no Ibovespa, ajudaram a manter o índice no negativo.

A Vale caiu 1,14% mesmo com a alta de 0,26% do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian.

Já a ação preferencial da Petrobras caiu 1,32% em dia de queda de 1,75% do petróleo Brent no mercado internacional.

A commodity entrou em baixa após Trump ameaçar a Rússia, grande produtor de petróleo, com tarifas de 100% caso a guerra com a Ucrânia não seja encerrada em um prazo de 50 dias.

-- Com informações da Bloomberg News.

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