Barcelona, Espanha — Além do indicador de inflação PCE, que reflete o consumo pessoal dos lares norte-americanos e está programado para sair na sexta-feira, esta semana o mercado olha atento à política monetária do Japão. Embora tenha crescido a especulação de que o banco central japonês encerrará em breve o último bastião de taxas negativas do mundo, os economistas veem abril como o momento mais provável para uma virada.
Segundo pesquisa da Bloomberg, somente 15% de 50 economistas consultados esperam que Kazuo Ueda, presidente da instituição, encerre em janeiro a era das taxas abaixo de zero. “O BoJ tem pouca necessidade de se apressar em fazer mudanças”, relatam os economistas do Société Générale, em nota aos clientes. “Mas os mercados estarão atentos a qualquer sinal de disposição a acabar com os juros negativos ou com o controle da curva de rendimentos.”
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🫸🏼 Panos quentes. Começou a investida dos bancos centrais para esfriar as expectativas dos investidores, após o Federal Reserve emitir sinais que alimentaram as apostas em cortes de juros no próximo ano. Raphael Bostic (Fed de Atlanta) comentou à Reuters que espera dois cortes nas taxas em 2024, mas não antes do terceiro trimestre. Austan Goolsbee (Fed de Chicago) afirmou ser um exagero considerar cortes nos juros até que as autoridades estejam convencidas de que a inflação caminha para sua meta. Na Europa, Joachim Nagel, do conselho do Banco Central Europeu, acha que é muito cedo para reduzir o custo dos empréstimos, enquanto seu colega do BCE Madis Muller disse que os mercados se precipitam ao apostar na flexibilização da política já no primeiro semestre do próximo ano.
💰Investimento polpudo. O maior acionista da Novo Nordisk está destinando US$265 milhões de seus lucros extraordinários à pesquisa de vacinas em seu país de origem, Dinamarca. A empresa, que se converteu na mais valiosa da Europa graças aos seus medicamentos para emagrecer (Wegovy e o remédio para diabetes Ozempic), criará um centro de investigação de vacinas para doenças respiratórias, como tuberculose e gripe.
☎️ Volta às teles. A francesa Iliad, empresa do bilionário francês das telecomunicações Xavier Niel, propôs a combinação de seus negócios na Itália com as operações locais do Vodafone Group, em um acordo que avaliaria a Vodafone Italia em €10,45 bilhões (US$11,4 bilhões), incluindo dívidas. A Vodafone obteria inicialmente 50% do capital social da nova companhia, juntamente com um pagamento em dinheiro de €6,5 bilhões e um empréstimo de acionistas de €2 bilhões, segundo comunicado oficial.
Abrindo caminho para o controle total, o acordo inclui uma opção para a Iliad comprar 10% das ações do empreendimento a cada ano. A proposta avaliaria a Iliad Italia em €4,45 bilhões. Recentemente, o nome de Niel ganhou as manchetes por disputar o controle do Casino Guichard-Perrachon, dono do Pão de Açúcar.
📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA subiam. Na Europa, as bolsas operavam em direções contrárias. No fechamento das bolsas da Ásia, os indicadores terminaram todas no vermelho. O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA recuava para 3,9%. Entre as divisas, euro e iene se apreciavam frente ao dólar, enquanto a libra baixava. O ouro subia e os contratos de petróleo bruto WTI perdiam valor. O bitcoin recuava, situando-se perto dos US$41.000.
(Com informações de Bloomberg News)