‘Dia D’ com decisão do Fed e bateria de balanços: os eventos que movem os mercados

Os investidores reagem ao impacto do custo da IA nos balanços de big techs; Novo Nordisk torna-se a segunda empresa europeia da história com valor de mercado de US$ 500 bilhões

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
31 de Janeiro, 2024 | 07:22 AM

Barcelona, Espanha — Os investidores repercutem nesta sessão os balanços divulgados ontem pelos gigantes tech Microsoft e Alphabet (Google) e Advanced Micro Devices, que ficaram aquém das elevadas expectativas do mercado. Contudo, a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros, a primeira em um ano onde se esperam reduções, é que realmente dará o tom. A questão é saber quando se iniciará este novo ciclo - os investidores estão ávidos por qualquer pista que deixe antever o banco central norte-americano.

O Fed deve manter o custo dos empréstimos entre 5,25% e 5,5%, o maior nível em 22 anos. Enquanto investidores veem 40% de chance de redução das taxas em março, a maioria dos dirigentes do Fed acredita ser prematuro especular sobre tal corte. Espera-se que Jerome Powell reconheça a queda na inflação, mas sem urgência para reduções, apontando para um mercado de trabalho sólido e uma economia que cresce fortemente.

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💰 O custo da IA. As ações da Microsoft, o Google, da Alphabet, e a Advanced Micro Devices (AMD), cujos balanços não atenderam às grandes expectativas de alguns investidores, continuam em queda nas negociações que antecedem a abertura das bolsas. As ações da Microsoft, o Google, da Alphabet, e a Advanced Micro Devices, cujos balanços não atenderam às grandes expectativas de alguns investidores, continuam em queda no pré-mercado. Estas empresas estão empenhadas em incorporar a inteligência artificial em seus produtos a outro nível. Porém, nem todos parecem dispostos a esperar pelos frutos destes pesados investimentos. Vale dizer que, nas semanas anteriores, os investidores haviam elevado as ações a preços recordes.

🏋️‍♀️ Mais músculos. Dia movimentado também na Europa: a Novo Nordisk se tornou a segunda empresa europeia da história a atingir um valor de mercado de US$ 500 bilhões, após reportar uma previsão de maiores vendas e lucro para este ano. A razão? Seu medicamento Wegovy para o tratamento da obesidade, um sucesso de vendas.

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📉 Ações em queda, mudança de CEO. Por outro lado, as ações da Hennes & Mauritz (H&M) chegaram a cair 10% depois que a varejista não atendera as as estimativas de lucro dos analistas e de que a CEO Helena Helmersson deixara o cargo. À frente da segunda maior varejista de moda listada na Europa assume Daniel Erver.

📴 Não foi desta vez. A Samsung Electronics registrou seu quarto trimestre consecutivo de queda nos lucros nos últimos meses do ano., depois que uma recuperação há muito esperada na demanda de chips e produtos eletrônicos trouxe poucos retornos para a maior fabricante de memórias do mundo. A empresa mais valiosa da Coreia do Sul informou que seu lucro líquido caiu 74% nos últimos três meses do ano, para o equivalente a US$ 4,5 bilhões. Suas principais operações de chips registraram um prejuízo em torno de US$ 1,6 bilhões - maior do que o projetado pelos analistas.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA se inclinavam à queda, sobretudo aqueles atrelados ao Nasdaq, por pressão das grandes tecnológicas. Na Europa, as bolsas operavam sem rumo definido. No encerramento do mercado acionário da Ásia, as bolsas fecharam em direções variadas.

Os prêmios dos títulos soberanos dos EUA a 10 anos caíam. Subiam tanto os contratos de ouro, enquanto os de petróleo caíam. O bitcoin recuava.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã
🔘 As bolsas ontem (30/01): Dow Jones Industrials (+0,35%), S&P 500 (-0,06%), Nasdaq Composite (-0,76%), Stoxx 600 (+0,17%), Ibovespa (-0,86%)
Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.