CPI: inflação dos EUA fica estável em outubro e núcleo vem abaixo do esperado

Economistas consultados pela Bloomberg previam alta de 0,3% para o núcleo do CPI na comparação mensal e de 0,1% para o índice geral

Pedestres caminham nas ruas e Nova York
14 de Novembro, 2023 | 10:39 AM

Bloomberg Línea — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável em outubro, após ter subido 0,4% no mês anterior.

Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) subiu 0,2% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Departamento do Trabalho americano.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

No acumulado em 12 meses, o núcleo subiu 4%, enquanto o indicador principal avançou 3,2%.

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Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg indicava alta de 0,3% do núcleo na base mensal e de 4,1% na anual. Já para o indicador geral, as estimativas eram de aumento de 0,1% na comparação mensal e de 3,3% em 12 meses.

Após a divulgação, os índices futuros de ações dos EUA ampliavam os ganhos. Por volta das 11h (horário de Brasília), o S&P 500 Futuro avançava 1,38%, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha alta de 1,71%. No Brasil, o Ibovespa (IBOV) estendia os ganhos com os dados e subia 1,7% no mesmo horário.

Juros no radar

A leitura do CPI de outubro é acompanhada de perto por investidores, que buscam sinais sobre o rumo da política de juros do Federal Reserve.

No começo do mês, o banco central americano decidiu manter inalterada a taxa básica do país no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, o nível mais alto em 22 anos.

Em discurso na semana passada durante conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC americano continuará a agir com cautela, mas não hesitará em apertar ainda mais a política monetária, se necessário.

“Continuaremos a agir com cuidado, no entanto, permitindo-nos lidar tanto com o risco de sermos iludidos por alguns bons meses de dados quanto com o risco de aperto excessivo”, afirmou.

Powell disse que os diretores do Fed estão comprometidos em garantir que as taxas de juros sejam altas o suficiente para devolver a inflação à sua meta de 2%, mas acrescentou: “não temos confiança de que tenhamos alcançado tal postura”.

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Em seu discurso, o chefe do Fed disse que não está claro o quanto mais a inflação pode cair por meio de melhorias no lado da oferta.

“No futuro, pode ser que uma parcela maior do progresso na redução da inflação tenha que vir de uma política monetária restritiva, limitando o crescimento da demanda agregada”, disse Powell.

Ele também sugeriu que o banco central americano realizará outra revisão de sua estrutura de política a partir de 2024, após anunciar uma reforma em 2020.

-- Com informações da Bloomberg News.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.