Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira

Investidores nesta terça-feira (19) ficam de olho em sinais do Fed e do BC sobre taxa de juros; petróleo sobe para nível mais alto em 10 meses e Microsoft reduz a diferença para a Apple

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Bloomberg Línea — Os investidores nesta terça-feira (19) ficam de olho em sinais que podem influenciar a decisão de juros do Banco Central (BC) do Brasil e do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira. Na quinta-feira (21), é a vez de o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) tomar sua decisão sobre a taxa de juros do Reino Unido, enquanto o Banco do Japão (BoJ) anuncia a política monetária na sexta-feira (22).

O petróleo subiu para o nível mais alto em 10 meses, com o índice de referência global Brent superando US$ 95 por barril pela primeira vez desde novembro, estendendo assim um forte aumento que poderia reacender a inflação.

No Brasil, o IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), indicou uma expansão de 0,44% em julho, acima das expectativas.

No cenário corporativo, a briga das big techs fica ainda mais acirrada. A Microsoft (MSFT) reduziu a diferença para a Apple (AAPL) em valor de mercado, à medida que os investidores veem um crescimento melhor e um risco muito menor relacionado à China na gigante de software.

A economia mundial caminha para uma desaceleração à medida que os aumentos nas taxas de juros prejudicam a atividade econômica e a recuperação da pandemia na China decepciona.

O crescimento econômico deve desacelerar para 2,7% em 2024, após uma expansão já considerada “abaixo da média” de 3% este ano, de acordo com as últimas previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com exceção de 2020, quando a covid-19 surgiu, isso representaria a expansão anual mais fraca desde a crise financeira global.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (19):

1. A expectativa da Faria Lima

O mercado espera uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sem surpresas, com nova redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic e manutenção da sinalização de continuidade deste ritmo de cortes à frente.

Todos os 35 economistas consultados em pesquisa Bloomberg projetam que o Banco Central cortará a taxa básica para 12,75% na quarta-feira (20) — decisão totalmente precificada também na curva de juros futuros.

A manutenção de um discurso cauteloso pelo Banco Central e o maior crescimento da economia, além de expectativas de inflação acima da meta e incertezas sobre a trajetória fiscal justificam um comunicado sem mudanças relevantes.

Alguns especialistas apostam em aumento das projeções do BC para a inflação. Depois de um placar dividido no último encontro, esta decisão deve ser unânime.

2. Microsoft mira Apple

A Microsoft reduziu a diferença com a Apple no mercado de ações, à medida que os investidores veem um crescimento melhor e um risco muito menor relacionado à China na gigante de software.

As ações da empresa com sede em Redmond, Washington, superaram as da fabricante do iPhone neste mês, aproximando assim seu valor de mercado ao da Apple, que está no centro de um aumento nas tensões com a China.

Embora ainda haja centenas de bilhões de dólares separando as duas empresas, a posição da Microsoft em mercados como computação em nuvem e inteligência artificial a torna mais atraente para alguns investidores.

A última vez que a Microsoft superou a Apple foi em novembro de 2021. A capitalização de mercado da Apple está se aproximando de US$ 2,8 trilhões, uma queda em relação ao pico de quase US$ 3,1 trilhões, mas ainda acima dos cerca de US$ 2,4 trilhões da Microsoft. Enquanto as ações da Apple caíram este mês, a Microsoft se manteve estável, reduzindo a diferença entre as duas para cerca de US$ 200 bilhões em um ponto na semana passada.

A preferência pela Microsoft em vez da Apple é relativamente comum em Wall Street. O consenso de recomendação da empresa — um indicador de sua proporção de classificações de compra, manutenção e venda — está significativamente acima da Apple. Quase 90% dos analistas da Microsoft recomendam comprar as ações, em comparação com menos de dois terços para a Apple.

3. Mercados

As ações europeias avançaram timidamente, impulsionadas pelas ações de empresas de petróleo, enquanto os traders se preparavam para a série de decisões dos bancos centrais desta semana. O preço de referência do petróleo Brent ultrapassou US$95 por barril pela primeira vez desde novembro, aumentando as preocupações com a inflação.

As gigantes do petróleo, TotalEnergies, BP e Shell, estavam entre as maiores contribuidoras, enquanto o índice Stoxx 600 da Europa subia 0,3%. Enquanto isso, os futuros de ações dos EUA apontavam para modestos ganhos em Wall Street mais tarde.

O petróleo bruto subiu cerca de um terço desde meados de junho, à medida que a Arábia Saudita e a Rússia se uniram para reduzir o fornecimento e impulsionar um aumento nos preços. Isso manteve a pressão sobre os bancos centrais enquanto buscam controlar a inflação, ao mesmo tempo em que gerenciam os riscos para suas economias.

4. Manchetes dos principais jornais

Estadão: Lula levará pautas antigas à ONU em meio a dúvidas sobre alinhamento do Brasil com China e Rússia

Folha de S. Paulo: Lula volta à ONU como porta-voz de emergentes em pedido de reforma do sistema internacional

O Globo: Favorito ao STF, Dino entra na mira do Centrão após ações da PF; PT age para dividir ministério

Valor Econômico: Debêntures de infraestrutura driblam crise de crédito

5. Agenda

Nos Estados Unidos, às 09h30, são publicadas as licenças de construção de agosto e os números sobre a construção de novas casas. Às 14:00, está agendado um leilão de títulos de 20 anos com uma taxa de juros-alvo de 4,499%. Às 17:30, serão revelados os estoques de petróleo bruto semanal API.

Na zona do euro, não há um horário específico, mas está programado um discurso de Elderson, do Banco Central Europeu (BCE).

Na China, às 22h15, será anunciada a taxa preferencial de empréstimo do Banco Popular da China (BPC).

-- Com informações da Bloomberg News

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