Cinco coisas que você precisa saber para começar esta sexta-feira

Investidores ficam à espera de revisão de dados da CPI nos EUA e continuam a reagir ao IPCA em sexta pré-Carnaval; na China, mercados fecham com o Ano Novo Lunar local

Estação em Hong Kong com turistas em trânsito por causa do Ano Novo chinês (Foto: Paul Yeung/Bloomberg)
09 de Fevereiro, 2024 | 08:32 AM

Bloomberg Línea — A sexta-feira pré-Carnaval no Brasil não terá a divulgação de muitos índices econômicos e coincide com o Ano Novo Lunar na China, o que deve reduzir a liquidez dos mercados asiáticos.

Nos Estados Unidos, porém, a situação é outra: nesta sexta-feira (9), serão publicadas as revisões anuais do índice de preços ao consumidor, o CPI.

No ano passado, a atualização foi significativa o suficiente para lançar dúvidas sobre o progresso geral da inflação, de modo que traders estão especulando novamente se as recalibrações poderiam influenciar as visões sobre o momento em que o Federal Reserve cortará as taxas de juros.

Hoje também os investidores devem continuar a reagir ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil, que teve alta de 0,42% em janeiro, segundo divulgado ontem.

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Confira a seguir cinco destaques desta sexta-feira (9):

1. O que esperar da Selic com o IPCA

Para economistas e analistas, o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, acima do esperado, mostra uma reaceleração da inflação de serviços.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8) mostraram que o IPCA subiu 0,42% no mês passado. O consenso de economistas consultados pela Bloomberg era de um aumento de 0,34% no mês.

Em relação à Selic, a XP Investimentos disse acredita que o BC deve “reforçar sua abordagem cautelosa e continuar a cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual por reunião”, atingindo 9,00% ao ano no final do ano.

Para Claudia Moreno, economista do C6 Bank, “a composição do IPCA de janeiro não foi benigna”, e a inflação deve continuar acima do centro da meta, o que deve levá-la a terminar o ano em uma alta de 5%.

2. Revisão do CPI dos EUA

Economistas em Wall Street e em Washington estarão sintonizados na atualização do CPI nesta sexta, dado o que aconteceu há um ano: as revisões no índice de preços ao consumidor - geralmente pequenas e, portanto, ignoradas - foram grandes o suficiente para lançar dúvidas sobre o progresso geral da inflação.

Um ano depois - com autoridades do Federal Reserve ansiosamente procurando mais evidências de que controlaram as pressões inflacionárias antes de se comprometerem com cortes nas taxas de juros -, o risco de outra revisão dramática deixou formuladores de políticas monetárias e investidores nervosos.

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O governador do Fed, Christopher Waller, concentrou-se nos números em um discurso em 16 de janeiro, provocando uma enxurrada de relatórios de pesquisa de bancos de investimento sobre o assunto.

3. Mercados

Os mercados globais estavam estagnados na sexta antes da divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, que poderiam mudar a narrativa da luta do Federal Reserve contra a inflação.

O Stoxx 600 da Europa e os futuros dos índices de ações dos EUA permaneceram praticamente inalterados. Os Treasuries de 10 anos permaneceram estáveis, deixando sua taxa de rendimento cerca de 15 pontos-base acima nos últimos cinco dias. O próximo dado-chave será a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA em janeiro, prevista para terça-feira (13).

Nos mercados de ações, o S&P 500 atingiu brevemente os 5.000 pontos pela primeira vez na quinta-feira antes de fechar pouco alterado.

As ações dos EUA registraram apenas uma queda semanal desde o final de outubro e o índice mais do que dobrou desde sua mínima durante a pandemia em março de 2020 — impulsionado pelas expectativas de um “pouso econômico suave” e pelo otimismo em relação ao impacto da inteligência artificial nos negócios.

Na Ásia, os mercados estavam fechados para as feriados do Ano Novo Lunar na China continental, Taiwan, Coreia do Sul, Indonésia, Filipinas e Vietnã.

O iene japonês se estabilizou depois de chegar a cair 0,8% em relação ao dólar na quinta, após comentários de um vice-governador do Banco do Japão sugerindo que o banco central não terá pressa em alterar suas políticas monetárias estimulativas.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Impacto da operação da PF que mirou Bolsonaro e prendeu aliados: veja análises de colunistas do Estadão

Folha de S. Paulo: PF investiga se general preparou plano golpista à espera de decreto de Bolsonaro

O Globo: PF mira aliados de Bolsonaro em operação que tem Braga Netto, Heleno e Torres como alvos

Valor Econômico: Delação e provas encontradas com Cid embasaram ação da PF

5. Agenda

Brasil:

  • 9h: Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE referente a dezembro
  • 17h30: BRL – Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

Estados Unidos:

  • 10h30: Revisão do CPI
  • 15h: Contagem de Sondas Baker Hughes
  • 15h: Contagem Total de Sondas dos EUA por Baker Hughes
  • 17h30: Petróleo - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 17h30: Ouro - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 17h30: Nasdaq 100 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC
  • 17h30: S&P 500 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC

-- Com informações da Bloomberg News.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.