Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira

Investidores ficam de olho em dados econômicos no Brasil, nos EUA e na China e monitoram balanços de empresas como o Bradesco

Tesouro dos EUA se preparava para leiloar um recorde de US$ 42 bi em títulos de 10 anos
07 de Fevereiro, 2024 | 08:43 AM

Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta quarta-feira (7) na divulgação de uma série de dados econômicos, como a balança comercial no Brasil e nos Estados Unidos, além de vários discursos de membros do Federal Reserve (Fed). Na China, hoje também são publicados o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice de Preços ao Produtor (IPP).

Na potência asiática, o chefe do regulador de valores mobiliários foi substituído em uma jogada surpresa em meio a um forte selloff nos mercados de ações do país.

A mudança ocorre depois que as autoridades chinesas lutaram para deter uma derrocada no mercado de ações, com medidas de apoio fragmentadas ao longo dos últimos meses. As ações chinesas e de Hong Kong perderam cerca de US$ 7 trilhões em valor de mercado desde seus picos em 2021.

No cenário corporativo, o Bradesco (BBDC4) apresentou novos números que atualizam a dimensão do desafio enfrentado pelo seu novo CEO, Marcelo Noronha, que assumiu em 23 de novembro em substituição a Octavio de Lazari Jr.

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Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (7):

1. Bradesco tem lucro abaixo do consenso

Os números do quarto trimestre do Bradesco, divulgados nesta manhã (7) antes da abertura do mercado, ficaram aquém do consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg em indicadores como lucro líquido recorrente (R$ 2,878 bilhões vs. consenso de R$ 4,63 bilhões) e receitas com prestação de serviços (R$ 9,028 bilhões vs. consenso de R$ 9,34 bilhões).

No ano completo de 2023, o lucro líquido recorrente ficou em R$ 16,3 bilhões, com queda de 21,2% na comparação com 2022, segundo o banco, “impactado pelas despesas com PDD [provisões] e contração da margem financeira bruta”.

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No comunicado junto com o resumo dos resultados, o Bradesco apontou que este será um ano de transição, “como indicado no guidance”.

“Acreditamos em uma trajetória de recuperação da rentabilidade ao longo do tempo, com sinais mais evidentes a partir de 2025″, disse o segundo maior banco privado do país no comunicado.

A rentabilidade medida pelo ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Médio) manteve a trajetória de deterioração e encerrou o ano cheio de 2023 em 10,0%, versus 13,1% em 2022. No quarto trimestre, o ROAE caiu para 6,9%, versus 11,3% no terceiro.

2. Ações chinesas tentam retomada

As ações chinesas têm apresentado uma recuperação incipiente de uma queda de US$ 7 trilhões, graças aos esforços intensificados de resgate, enquanto as autoridades buscam evitar que o mercado entre em queda pelo quarto ano consecutivo.

O índice de referência CSI 300 soma ganhos de 5,2% até agora nesta semana. O ressurgimento veio após um rápido aumento no apoio político, que variou desde restrições comerciais mais amplas até a promessa do fundo soberano de aumentar as participações em ações, além da compra estatal de ações de grandes bancos. A notícia de que os reguladores planejam informar o presidente Xi Jinping sobre os mercados também alimentou o otimismo.

Os líderes chineses estão sob pressão crescente para agir mais rapidamente e com mais determinação para acabar com um colapso das ações que ameaça a estabilidade financeira e social, num momento em que a segunda maior economia do mundo enfrenta piora nos problemas habitacionais e pressões deflacionárias persistentes.

As autoridades também querem evitar que uma desaceleração do mercado prejudique ainda mais o consumo já fraco, à medida que a China entra na semana de feriado do Ano Novo Lunar.

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3. Mercados

Ações e títulos oscilam enquanto o Tesouro dos Estados Unidos se preparava para leiloar um recorde de US$ 42 bilhões em títulos de 10 anos. O leilão ocorre após uma venda de notas de três anos ter visto uma demanda mais forte do que o esperado.

Os futuros de ações dos EUA operavam próximos da estabilidade por volta das 8h35 (horário de Brasília). Na Europa, o índice Stoxx 600 cedia 0,3% no mesmo horário.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano se estabilizaram após dados econômicos fortes desencadearem uma queda de dois dias e reduzirem as apostas do mercado sobre a velocidade dos cortes nas taxas do Fed.

Os funcionários do banco central americano mantiveram seu tom cauteloso na terça-feira (6), indicando que mais progresso é necessário na inflação, embora reduções nas taxas possam ser possíveis mais tarde no ano.

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4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Decisões de Toffoli que suspenderam multas bilionárias da Lava Jato dividem ministros do STF; leia bastidor

Folha de S. Paulo: Tarcísio cita estreita relação com governo Lula e fala em carinho por Bolsonaro

O Globo: Lula vai a MG e fecha série de agendas com quatro governadores bolsonaristas em uma semana

Valor Econômico: Demissão voluntária bate recorde com emprego aquecido

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5. Agenda

Brasil:

  • 8h30: Balanço Orçamentário
  • 9h: Vendas no Varejo
  • 10h: Produção e vendas de Veículos
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro
  • 15h: Balança Comercial

Estados Unidos:

  • 9h: Índice do Mercado Hipotecário
  • 10h30: Balança Comercial
  • 12h30: Estoques de Petróleo Bruto e em Cushing
  • 12h30: Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA
  • 13h: Discurso de Adriana Kugler, do Fed
  • 13h30: Discurso de Susan Collins, do Fed
  • 14h30: Discurso de Tom Barkin, membro do Fomc
  • 15h: Leilão Americano Note a 10 anos
  • 16h: Discurso de Michelle Bowman, membro do Fomc
  • 17h: Crédito ao Consumidor (Dez)

China:

  • 22h30: IPC
  • 22h30: IPP

-- Com informações da Bloomberg News.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.