Bloomberg — O governo brasileiro está recorrendo a investidores internacionais de dívida pela terceira vez em 2025 — seu ano mais movimentado para vendas de títulos soberanos em mais de uma década —, à medida que os emissores retornam aos mercados globais de crédito.
A maior economia da América Latina está reabrindo notas em dólar com vencimento em 2030 e busca vender novos títulos com vencimento em 2056, de acordo com um prospecto preliminar.
As conversas iniciais de precificação apontam para um rendimento em torno de 5,45% e 7,75%, respectivamente, disseram fontes familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News, que pediram anonimato porque o assunto é privado.
A expectativa é que a precificação da operação ocorra ainda nesta terça-feira (2), afirmaram as pessoas.
A dívida de 2030 foi emitida inicialmente em junho, quando o país fez sua última venda de títulos de dívida em dólar. O país também emitiu notas globais em fevereiro, levantando um total de US$ 5,25 bilhões nas duas operações.
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A última vez que o Brasil vendeu títulos globais de dívida três vezes por ano foi em 2014, segundo dados do Tesouro.
“A lógica deve ser estender a duração enquanto os investidores estão interessados em mercados emergentes e pré-financiamento até 2026”, disse Anders Faegermann, gestor sênior na Pinebridge Investments, em Londres.
Setembro deve ser um mês movimentado para as vendas globais de títulos de dívida, com o retorno dos executivos do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos e a recuperação da liquidez após a calmaria do verão no hemisfério Norte.
A Arábia Saudita abriu o calendário das emissões soberanas nesta terça-feira com papéis sukuk, enquanto a produtora brasileira de celulose Suzano e a mineradora de cobre Antofagasta também estão oferecendo nova dívida.
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O Bank of America, o Itaú BBA e o JPMorgan estão coordenando a nova emissão no Brasil, de acordo com o prospecto.
Os ativos brasileiros tiveram valorização neste ano, acompanhando os ganhos nos mercados em desenvolvimento, à medida que a incerteza política dos EUA força os investidores a buscar oportunidades em outras regiões.
O Brasil vai realizar eleições presidenciais no próximo ano, com os investidores atentos para ver quem desafiará o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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