Brasil deve se beneficiar de mudança no principal índice de emergentes do JPMorgan

Banco reduzirá o peso dos maiores emissores de títulos em seu principal índice de emergentes, o GBI-EM Global Diversified, que é seguido por fundos com mais de US$ 200 bilhões, o que desviará parte do fluxo de países como China e Índia

Vista aérea de São Paulo: mudança em índice de emergentes do JPMorgan deve favorecer fluxo de capital para o país (Foto: Paulo Fridman/Bloomberg)
Por Greg Ritchie - Vinícius Andrade
15 de Setembro, 2025 | 02:19 PM

Bloomberg — O JPMorgan Chase reduzirá o peso dos maiores emissores de títulos em seu principal índice de mercados emergentes, o que desviará parte dos fluxos de recursos de investidores de países como China e Índia para nações menores.

O banco de Wall Street reduzirá gradualmente o limite de emissores em seu índice GBI-EM Global Diversified no primeiro semestre de 2026, de acordo com um aviso ao cliente visto pela Bloomberg News.

PUBLICIDADE

O limite cairá de 10% atualmente para 9%, com a implementação sendo feita em um período de vários meses, de acordo com os documentos datados de sexta-feira (12).

A redução da ponderação afetará alguns dos maiores vendedores de títulos nos mercados emergentes, incluindo Indonésia, México e Malásia, bem como China e Índia.

Tailândia, Polônia, África do Sul e Brasil, por outro lado, estão entre os maiores beneficiários.

PUBLICIDADE

Leia mais: Câmbio e fiscal devem levar BC a cortar juros neste ano, diz economista do JPMorgan

“Os investidores destacaram os benefícios da redução do limite de diversificação para 9%, com uma exposição regional mais equilibrada que diminui o risco de concentração e aumenta o rendimento do índice principal”, disse o maior banco americano na nota ao cliente.

“Os investidores apoiaram a avaliação da adequação de outras reduções no limite de países.”

PUBLICIDADE

Um porta-voz do JPMorgan não fez comentários quando contatado por e-mail. A Bloomberg News informou que o banco estava solicitando feedback dos clientes sobre uma mudança no limite do emissor no início deste ano.

O índice do JPMorgan é a principal referência para a dívida de países em desenvolvimento e é seguido por fundos que administram mais de US$ 200 bilhões.

Leia mais: Gestoras globais veem emergentes à frente dos desenvolvidos após sinal do Fed

PUBLICIDADE

As alterações em sua composição afetam os fluxos de investimento globais, como quando os títulos chineses foram incluídos gradualmente no índice de referência em 2020 e quando a dívida indiana foi adicionada no ano passado.

Na sexta-feira, o JPMorgan também colocou a Arábia Saudita e as Filipinas em observação para possível inclusão no indicador de referência para dívida local, citando as reformas de mercado implementadas por ambas as nações nos últimos anos.

As ponderações estimadas seriam de cerca de 2% e 1%, respectivamente, se eles fossem incluídos, disse o banco.

A Bloomberg LP, empresa controladora da Bloomberg News, também oferece produtos de índice para várias classes de ativos por meio da Bloomberg Index Services.

Veja mais em bloomberg.com

©2025 Bloomberg L.P.