Ações na Europa sobem após confirmação de encontro entre Putin e Trump

“Um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pode ser positivo para os consumidores europeus e para o apetite ao risco”, disse Mohit Kumar, economista-chefe e estrategista da Jefferies

NO RADAR DOS MERCADOS
07 de Agosto, 2025 | 06:46 AM

Bloomberg — Ações europeias operam em alta nesta quinta-feira (7) depois que o Kremlin confirmou que os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump se encontrarão para uma cúpula nos próximos dias, o que elevou as esperanças de uma trégua na guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 avançou mais de 0,5%, com o setor de viagens e lazer liderando os ganhos.

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Resultados positivos de algumas das maiores empresas da região ajudaram a melhorar o sentimento do mercado, mesmo após a produção industrial da Alemanha registrar sua maior queda em quase um ano — mais um revés para a maior economia da Europa.

“Um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pode ser positivo para os consumidores europeus e para o apetite ao risco, e negativo para os preços do petróleo”, disse Mohit Kumar, economista-chefe e estrategista da Jefferies.

“Setores que devem se beneficiar incluem os voltados ao consumo europeu, setores sensíveis ao crescimento e ligados à construção civil.”

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Os futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq 100 subiram 0,5%. Um índice do dólar caiu pelo quinto dia consecutivo, a sequência mais longa em quase quatro meses, enquanto o petróleo Brent reverteu ganhos e recuou pelo sexto dia, a maior série de perdas desde dezembro de 2021.

O rendimento dos Treasuries de 10 anos se manteve estável.

O sentimento do mercado foi impulsionado anteriormente após o presidente Donald Trump anunciar que empresas que produzem bens nos EUA, como a Apple, poderiam ser isentas da tarifa de 100% proposta sobre a importação de chips.

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A especulação crescente sobre um possível corte de juros pelo Federal Reserve também tem alimentado o otimismo nas bolsas, enquanto novas tarifas abrangentes para remodelar o comércio global entraram oficialmente em vigor na quinta-feira.

Trump anunciou na noite de quarta-feira (horário dos EUA) que os EUA cobrariam “uma tarifa de aproximadamente 100% sobre chips e semicondutores”. Ele acrescentou: “mas se você estiver produzindo nos Estados Unidos da América, não haverá cobrança.”

As declarações vieram no momento em que o CEO da Apple, Tim Cook, revelou um plano de investimento de US$ 100 bilhões nos EUA ao lado de Trump, no Salão Oval.

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Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (7 de agosto):

- Chips na mira de Trump. O presidente americano anunciou uma tarifa de 100% sobre as importações de chips, com isenção para empresas que produzirem nos EUA, como a Apple, que prometeu investir US$ 100 bilhões no país. A medida gerou incertezas sobre as cadeias de suprimentos globais e possíveis novas tarifas sobre eletrônicos.

- Suzano se prepara para tarifas. A companhia vai cortar em 3,5% sua produção de celulose nos próximos 12 meses, diante da incerteza causada pelas tarifas comerciais dos EUA e seu impacto nas negociações com a China. Os estoques da empresa nos EUA foram ampliados como medida preventiva.

- Sony eleva guidance. As ações da empresa subiram 4,1% após a empresa ter elevado a projeção de lucro anual, impulsionada pelo crescimento nas divisões de música, games e anime, apesar da pressão cambial. O aumento de usuários e horas jogadas no PlayStation também contribuiu para melhorar o sentimento dos investidores.

Ações globais 07/08/25
🔘 As bolsas ontem (06/08): Dow Jones Industrials (+0,18%), S&P 500 (+0,73%), Nasdaq Composite (+1,21%), Stoxx 600 (-0,06%), Ibovespa (+1,04%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.