Ações na Europa caem com incerteza fiscal na França; Anglo American sobe 8%

“Está claro que o pior cenário de eleições antecipadas não está ocorrendo, pelo menos por enquanto”, disse Vincent Juvyns, estrategista-chefe de investimentos do ING em Bruxelas

NO RADAR DOS MERCADOS
09 de Setembro, 2025 | 06:53 AM

Bloomberg — As bolsas europeias oscilaram sem direção definida nesta segunda-feira, em meio à espera pelos próximos passos da França para ajustar suas contas públicas, enquanto o rali nos títulos dos EUA e da Europa perdeu fôlego.

O Stoxx 600 apagou os ganhos iniciais depois que o presidente francês Emmanuel Macron sinalizou que nomeará um novo premiê nos próximos dias, após a saída de François Bayrou.

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A Anglo American avançou mais de 8% após anunciar um acordo com a canadense Teck Resources. Os rendimentos da dívida subiram de forma generalizada.

Nos EUA, os futuros do S&P 500 subiam 0,1% depois de o índice de referência fechar perto de uma máxima histórica.

Os Treasuries recuaram em toda a curva, com a taxa de 10 anos subindo três pontos-base para 4,07%. O dólar recuava levemente, caminhando para o terceiro dia consecutivo de perdas.

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Os ativos franceses estão sob pressão diante da incerteza persistente, já que Macron busca um premiê capaz de aprovar o orçamento em uma Assembleia Nacional profundamente fragmentada. A falta contínua de consenso pesa sobre o sentimento e eleva o prêmio de risco do país.

“Ninguém esperava um banho de sangue nos mercados hoje; está claro que o pior cenário de eleições antecipadas não está ocorrendo, pelo menos por enquanto”, disse Vincent Juvyns, estrategista-chefe de investimentos do ING em Bruxelas.

“Por ora, estamos levando como dá, mas com um spread em relação à Alemanha em níveis da crise da dívida soberana de 2012.”

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Na Ásia, o iene estendeu ganhos após uma reportagem da Bloomberg News indicar que autoridades do Banco do Japão consideram possível um novo aumento da taxa de referência ainda este ano.

O aperto monetário ocorreria apesar da instabilidade política doméstica, já que as condições econômicas têm evoluído em linha com as expectativas.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (09 de setembro):

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- Anglo American compra Teck. A companhia fechou um acordo para a compra da canadense Teck Resources, em uma transação que cria uma empresa de mais de US$ 50 bilhões, com sede em Vancouver e listagem principal em Londres. Os acionistas da Anglo deterão 62,4% da nova companhia, enquanto os da Teck ficarão com 37,6%.

- O juros, segundo o Goldman Sachs. O CEO do banco, David Solomon, disse não ver necessidade de cortes rápidos de juros pelo Fed. Ao contrário do governo Trump, para ele, o apetite por risco mostra que a taxa atual não é excessivamente restritiva, embora reconheça obstáculos vindos das tarifas comerciais.

- Novartis reforça área cardíaca. A farmacêutica suíça fechou a compra da norte-americana Tourmaline Bio por US$ 1,4 bilhão. O negócio reforça a franquia cardiovascular da companhia com o desenvolvimento do pacibekitug, um anticorpo voltado a reduzir inflamação ligada a doenças cardíacas.

Ações globais 9/9/25
🔘 As bolsas ontem (08/09): Dow Jones Industrials (+0,25%), S&P 500 (+0,21%), Nasdaq Composite (+0,45%), Stoxx 600 (+0,52%), Ibovespa (-0,59%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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