Bloomberg — As ações globais voltaram a subir nesta quarta-feira (13), à medida que o aumento das expectativas de cortes de juros pelo Fed impulsionou o apetite por risco.
O S&P 500 parecia pronto para ampliar o recorde de fechamento de terça-feira, com os futuros do índice de referência subindo 0,2%.
Na Europa, o índice Stoxx 600 avançou 0,4% na segunda sessão consecutiva de ganhos.
Todas as empresas do grupo das “Sete Magníficas” de megacaps de tecnologia subiram no pré-mercado dos EUA. O MSCI All Country World Index avançou 0,3%, e atingiu um novo recorde histórico.
Os títulos subiram na maioria dos mercados. Os Treasuries dos EUA registraram ganhos em toda a curva, com o rendimento dos papéis de 10 anos caindo três pontos-base, para 4,25%. O dólar recuou 0,4%.
Os mercados de ações estão embalados por uma onda de otimismo, já que a alta até agora modesta nos preços de bens nos EUA reduziu os temores sobre o impacto das tarifas.
Os dados reforçaram as apostas de que o Fed retomará os cortes de juros no próximo mês e atuará de forma mais agressiva para proteger um mercado de trabalho que mostra sinais de enfraquecimento.
O otimismo com uma postura mais branda sobre juros é reforçado pela redução das tensões comerciais globais e por uma temporada de resultados corporativos nos EUA muito acima das expectativas.
“O cenário de alta continua convincente, com o crescimento dos lucros sólido e um tom mais ameno nas negociações comerciais, enquanto expectativas de políticas mais dovish ajudam a amortecer preocupações de que a economia possa estar se enfraquecendo abaixo da superfície”, disse Michael Brown, estrategista sênior de pesquisa da Pepperstone.
Os contratos de swap precificam cerca de 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro, com pelo menos outros três movimentos semelhantes esperados até junho.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à Fox Business que “a questão agora é se deveríamos ter um corte de 0,50 ponto percentual em setembro”.
As ações americanas tiveram uma recuperação impressionante desde as mínimas de abril, quando as tarifas de Donald Trump abalaram os mercados.
O S&P 500 está prestes a acumular alta de quase 10% no ano, com a maior parte dos ganhos recentes registrada nos últimos dois meses.
A volatilidade que marcou grande parte das negociações deste ano diminuiu, com o índice de volatilidade Cboe — conhecido como o “medidor do medo” de Wall Street — caindo para o menor nível desde dezembro.
As oscilações no mercado de Treasuries também diminuíram, com o ICE BofA MOVE Index, que mede a expectativa de variação nos rendimentos, caindo para o menor patamar desde janeiro de 2022.
“Não acho que o mercado esteja sendo irracional neste momento”, disse Bernie Ahkong, CIO da UBS O’Connor Global Multi Strategy Alpha, à Bloomberg TV. “Podemos ir muito mais longe antes que o mercado se torne irracional.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (13 de agosto):
- China sob impacto das tarifas. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, descartou incluir investimentos chineses nos EUA em um eventual pacto comercial. Ele disse que só consideraria reduzir tarifas impostas por Donald Trump após meses ou até um ano de progresso no combate ao fentanil.
- Do setor automotivo ao de defesa. A Porsche Automobil Holding, controlada pela família Porsche-Piëch, vai criar um fundo para investir em startups de defesa, em meio ao aumento dos gastos militares na Europa. A empresa mira áreas como satélites e cibersegurança e reduziu sua previsão de lucro para 2025.
- O impulso dos jogos na Tencent. A gigante chinesa teve alta de 15% na receita do segundo trimestre, para 184,5 bilhões de yuans, com impulso do crescimento em games, publicidade e integração de IA. A companhia tem intensificado investimentos em IA e novos títulos de jogos, enquanto mantém foco em proteger margens.

🔘 As bolsas ontem (12/08): Dow Jones Industrials (+1,10%), S&P 500 (+0,25%), Nasdaq Composite (+0,30%), Stoxx 600 (+0,21%), Ibovespa (+1,69%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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