Ações globais sobem após acordo comercial entre EUA e Japão; bitcoin cai 1,5%

“O ambiente atual é claramente de apetite por risco”, disse Christophe Boucher, diretor de investimentos do ABN Amro IS

NO RADAR DOS MERCADOS
23 de Julho, 2025 | 06:46 AM

Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta quarta-feira (23), após os EUA terem fechado um acordo comercial com o Japão, o que deu certo alívio aos mercados.

Os futuros do S&P 500 subiram 0,4% após o índice fechar em uma nova máxima na terça-feira.

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O índice europeu Stoxx 600 avançou 1,2%, puxado por ações de montadoras, em meio à expectativa de que a União Europeia consiga negociar seu próprio acordo com os EUA.

O índice Topix do Japão chegou a subir 3,6%, enquanto as ações da Toyota Motor tiveram o maior ganho desde 1987.

As bolsas globais se recuperaram da queda registrada em abril com a expectativa de que países consigam firmar acordos com os EUA antes do prazo de 1º de agosto, evitando impactos significativos nos lucros corporativos e na economia global.

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Entre as empresas que divulgam resultados nesta quarta-feira estão Tesla e Alphabet.

“O ambiente atual é claramente de apetite por risco”, disse Christophe Boucher, diretor de investimentos do ABN Amro IS. Os balanços das techs “podem dar um novo suporte ao mercado ou, ao contrário, provocar uma pausa”, afirmou.

Analistas estão de olho nos balanços trimestrais das grandes empresas de tecnologia em busca de sinais de resiliência.

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Um índice que acompanha as chamadas “Sete Magníficas” interrompeu uma sequência de nove altas consecutivas na terça-feira.

Essas companhias devem registrar um aumento combinado de 14% no lucro do segundo trimestre, enquanto os ganhos do restante do índice de referência dos EUA devem ficar praticamente estáveis, segundo dados da Bloomberg Intelligence.

Clareza comercial

Após meses de incerteza, os acordos tarifários mais recentes do governo Trump estão trazendo alguma clareza sobre o novo cenário comercial.

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O acordo com o Japão define tarifas de 15% sobre as importações do país, incluindo automóveis, de longe o maior componente do déficit comercial entre os dois países.

Os EUA também firmaram um acordo com as Filipinas, estabelecendo uma tarifa de 19% sobre as exportações filipinas.

“O que realmente importa para Washington agora é conseguir acordos que gerem manchetes e permitam que ambos os lados digam que saíram vitoriosos das negociações, ao mesmo tempo em que evitam as consequências econômicas severas de uma guerra comercial total”, disse Phillip Wool, chefe de gestão de portfólio da Rayliant Global Advisors.

Enquanto isso, o iene japonês oscilou após o primeiro-ministro Shigeru Ishiba negar reportagens da imprensa sobre sua possível renúncia.

Um leilão de títulos públicos de 40 anos no Japão teve a menor demanda desde 2011, sendo um teste de apetite por dívida de longo prazo após uma derrota histórica nas eleições: a coalizão governista de Ishiba não conseguiu maioria na câmara alta nas votações de domingo.

O rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos subiu para o maior nível desde 2008.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (23 de julho):

- Acordo EUA-Japão. O presidente Donald Trump fechou um acordo comercial com o Japão que impõe tarifas de 15% sobre as importações do país. O pacto prevê a criação de um fundo de US$ 550 bilhões para investimentos nos EUA, com a maior parte dos lucros direcionada ao país.

- A estratégia da Glencore na Austrália. A empresa estuda encerrar na próxima semana suas duas últimas minas de cobre em Mt Isa, na Austrália, após mais de 60 anos de operação. O fechamento ocorre em meio à pressão de concorrência chinesa e à venda de ativos de zinco da empresa no país.

- Congelamento de gastos. O governo reduziu de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões o valor do congelamento de gastos em 2025, após decisão do STF que restabeleceu parte do decreto do IOF. O déficit primário está em R$ 26,3 bilhões, dentro da meta fiscal. A medida contribui para reduzir tensões com o Congresso.

Ações globais 23/07/25
🔘 As bolsas ontem (22/07): Dow Jones Industrials (+0,40%), S&P 500 (+0,06%), Nasdaq Composite (-0,39%), Stoxx 600 (-0,41%), Ibovespa (-0,10%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.