Ações globais operam sem direção única após ameaça de tarifas de Trump

“O mercado já reagiu de forma exagerada no passado aos anúncios comerciais de Trump, então acho que os investidores estão sendo prudentes e cautelosos”, disse Stéphane Deo, gestor sênior de portfólio da Eleva Capital

NO RADAR DOS MERCADOS
09 de Julho, 2025 | 07:53 AM

Bloomberg — As ações globais operam sem direção única nesta quarta-feira (9), com investidores ainda cautelosos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor novas tarifas.

Na Europa, o Stoxx sobe 0,5%, atingindo o nível mais alto em quase um mês. Um índice de ações asiáticas recuou levemente. O cobre negociado na LME caiu até 2,4%, enquanto em Nova York o metal recuou 2,4%, após um salto de 13% na terça-feira.

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No início da semana, os investidores haviam em grande parte ignorado uma série de cartas nas quais Trump efetivamente adiava o prazo para imposição de tarifas, ao mesmo tempo em que delineava novas taxas direcionadas a mais de uma dúzia de países.

Mas o sentimento mudou na terça-feira, quando ele sinalizou uma nova determinação em seguir adiante com tarifas elevadas sobre importações estrangeiras.

“O mercado já reagiu de forma exagerada no passado aos anúncios comerciais de Trump, então acho que os investidores estão sendo prudentes e cautelosos”, disse Stéphane Deo, gestor sênior de portfólio da Eleva Capital, em Paris.

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“Dito isso, as tarifas acabarão sendo muito mais altas no outono do que eram no início do ano, o que provavelmente alimentará a inflação.”

O índice de referência da Europa caminhava para o terceiro dia consecutivo de alta, com as ações da Essilor Luxottica subindo 5,7% após a Meta adquirir uma participação minoritária na maior fabricante de óculos do mundo. O setor bancário foi o de melhor desempenho, liderado pela alta da Societe Generale, que atingiu o maior nível desde 2017.

Os títulos do Tesouro americano permaneceram estáveis, com o selloff global – especialmente em papéis de longo prazo – perdendo força. O rendimento dos títulos de 10 anos caiu menos de um ponto-base, para 4,40%.

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Mais tarde nesta quarta-feira, os investidores analisarão a ata da reunião de política monetária de junho do Federal Reserve em busca de sinais sobre uma possível proximidade da autoridade em iniciar cortes nos juros. Trump acusou o presidente do Fed, Jerome Powell, de “chorar como um bebê por causa de uma inflação que não existe”, intensificando o confronto em torno da pausa nos cortes de juros.

Os contratos futuros de juros projetam quase totalmente dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim do ano, com 65% de probabilidade de a primeira redução ocorrer em setembro.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (9 de julho):

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- SpaceX vai ao mercado.A empresa de Musk estuda uma nova rodada de captação que pode levar seu valuation para cerca de US$ 400 bilhões. A operação incluiria a venda primária de ações e uma oferta secundária de papéis. O SpaceX é impulsionado pelo crescimento da Starlink, que já representa mais da metade da receita anual.

- Merck perto de aquisição.A farmacêutica estaria perto de fechar a compra da Verona Pharma por cerca de US$ 10 bilhões, segundo informações do Financial Times, o que representaria um prêmio de 23% sobre o preço das ações. O negócio fortaleceria a área de doenças respiratórias da empresa.

- Desaceleração na Volkswagen.O crescimento das vendas globais de automóveis da montadora desacelerou no segundo trimestre. A empresa entregou 2.271.700 veículos entre abril e junho, um aumento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado, mas bem abaixo da alta de 4,4% registrada no primeiro trimestre

Ações globais 09/07/25
🔘 As bolsas ontem (08/07): Dow Jones Industrials (-0,37%), S&P 500 (-0,07%), Nasdaq Composite (+0,03%), Stoxx 600 (+0,41%), Ibovespa (-0,13%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.