Bloomberg — As ações globais operam perto da estabilidade nesta terça-feira (22), enquanto os investidores aguardam os balanços das big techs nesta semana, em busca de sinais sobre o impacto das tarifas.
O índice Stoxx Europe 600 caiu 0,2%. Os futuros do S&P 500 pouco se moveram após o índice ter atingido um novo recorde na segunda-feira.
As ações japonesas caíram junto com o iene, em meio a preocupações sobre gastos fiscais após a coalizão do primeiro-ministro Shigeru Ishiba sofrer um revés nas eleições do fim de semana.
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Os títulos do Tesouro americano permaneceram estáveis e o dólar subiu levemente antes dos discursos de dirigentes do Federal Reserve, incluindo o presidente Jerome Powell.
O presidente do Fed tem enfrentado críticas constantes do governo Trump, principalmente por manter as taxas de juros inalteradas até agora em 2025.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, entrou no debate na segunda-feira, dizendo que deveria haver uma revisão das “operações não relacionadas à política monetária” do banco central, incluindo reformas na sua sede em Washington.
A crescente incerteza sobre as negociações comerciais, com prazo final em 1º de agosto, somada às preocupações com a resiliência das empresas diante das tarifas em vigor, tem aumentado a pressão sobre os mercados e gerado dúvidas sobre a sustentabilidade da recente disparada nos índices.
As ações se recuperaram da queda em abril à medida que gestores de fundos intensificaram apostas em ativos de risco, na expectativa de que o presidente Donald Trump recue nas ameaças tarifárias. Essa trajetória será testada nesta semana com os balanços de empresas como Tesla e Alphabet .
“Com os valuations já esticados, os investidores exigem cada vez mais resultados operacionais fortes o suficiente para justificar os múltiplos elevados e manter o tom otimista, apesar dos céticos do cenário macroeconômico”, disse Ahmad Assiri, estrategista da Pepperstone.
“Qualquer coisa aquém de lucros estelares pode provocar certo grau de volatilidade.”
Calmaria prolongada
O S&P 500 não registra um movimento de 1% para cima ou para baixo desde o fim de junho.
A temporada de balanços do segundo trimestre começou forte, com o consumo robusto sustentando os lucros corporativos.
Ainda assim, após uma sequência de recordes históricos, o S&P 500 é negociado a cerca de 22 vezes os lucros esperados para os próximos 12 meses. O índice não registra uma variação diária de 1% desde o final de junho.
No campo comercial, o presidente Donald Trump pode emitir novas cartas tarifárias unilaterais antes de 1º de agosto, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. Ela acrescentou que novos acordos comerciais também podem ser firmados até essa data.
Enquanto isso, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., será o mais recente líder estrangeiro interessado em fechar um acordo antes do prazo de 1º de agosto imposto pelos EUA, quando visitará Trump no Salão Oval nesta terça-feira.
Uma equipe de autoridades americanas visitará a Índia na segunda metade de agosto para discutir um acordo comercial bilateral, informou o jornal Financial Express nesta terça.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (22 de julho):
- Impactos das tarifas no mercado. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou a abertura de investigação sobre o possível uso de informações privilegiadas no mercado cambial antes do anúncio de tarifas dos EUA contra o Brasil. A decisão ocorre após indícios de movimentações atípicas com o real em 9 de julho.
- Sanofi reforça portfólio de vacinas. A farmacêutica comprou a empresa de biotecnologia britânica Vicebio por até US$ 1,6 bilhão, para reforçar seu portfólio com vacinas experimentais contra vírus respiratórios. A transação deve ser concluída no quarto trimestre e não afetará as projeções financeiras de 2025.
- Universal Music prepara listagem. A gravadora fez um pedido confidencial para listar suas ações nos EUA, atendendo a um acordo com o fundo Pershing Square, de Bill Ackman, que defende que a listagem aumentará o valor de mercado da gravadora. Em março, o fundo vendeu 2,7% da empresa por € 1,3 bilhão.

🔘 As bolsas ontem (21/07): Dow Jones Industrials (-0,04%), S&P 500 (+0,14%), Nasdaq Composite (+0,38%), Stoxx 600 (-0,08%), Ibovespa (+0,59%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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