Clientes bilionários já investem mais em clubes do que em arte, diz JPMorgan

Segundo o gigante de Wall Street, cerca de 20% das 111 famílias bilionárias atendidas pela instituição têm participações majoritárias em times esportivos — ante 6% há três anos

The National Basketball Association Inc. (NBA) store at 545 Fifth Avenue in New York, U.S., on Tuesday, March 30, 2021. Not long ago, major fashion brands were willing to pay ballooning rents just to have a store on Manhattan's Fifth Avenue but now the world-famous shopping strip has transformed into a battleground between landlords and tenants seeking a way out of pricey leases. Photographer: Amir Hamja/Bloomberg
Por Ben Stupples
05 de Novembro, 2025 | 05:03 PM

Bloomberg — Os clientes super-ricos do JPMorgan Chase têm aumentado os investimentos em equipes esportivas, à medida que o crescimento no valor desses ativos atrai mais capital de grandes gestoras institucionais e consolida o setor como uma classe de investimento madura.

Segundo o banco, cerca de 20% das 111 famílias bilionárias atendidas pela instituição agora possuem participações majoritárias em times esportivos — ante 6% há três anos.

PUBLICIDADE

Aproximadamente um terço dessas famílias, que juntas somam um patrimônio superior a US$ 500 bilhões, investiram de forma mais ampla em clubes ou estádios, tornando o esporte a principal classe de ativos alternativos, à frente de arte e automóveis, de acordo com o relatório Principal Discussions Report 2025 do JPMorgan, divulgado nesta quarta-feira (5).

“O esporte se tornou mais do que um investimento por paixão”, afirmou Andy Cohen, presidente-executivo do banco privado global do JPMorgan, em entrevista à Bloomberg News. “Hoje ele é uma parte real do portfólio.”

Leia também: Este empresário captou US$ 2 bi para comprar eventos. O Madrid Open é só o começo

PUBLICIDADE

Algumas das famílias mais ricas do mundo vêm se juntando a gestoras de ativos multibilionárias, como Apollo Global Management e Ares Management, aprofundando sua presença no setor esportivo, impulsionadas pela valorização das franquias — um movimento favorecido pelas altas audiências na TV e pelas receitas atraentes que elas geram.

Proprietários de times da NBA (liga de basquete) e da NFL (liga de futebol americano) também têm se mostrado mais abertos a receber investimentos de fundos de private equity nos últimos anos, o que ajudou a elevar as avaliações das equipes.

No mês passado, os donos de times da NBA aprovaram a compra do Los Angeles Lakers por US$ 10 bilhões por Mark Walter, superando com folga o recorde anterior de US$ 6,1 bilhões, estabelecido em março com a venda do Boston Celtics.

PUBLICIDADE

Já o New York Giants, da NFL, vendeu em outubro uma fatia de 10% para Julia Koch e a família Koch, em uma transação que avaliou o time em US$ 10,3 bilhões — o maior valor já registrado para uma franquia esportiva.

“Os Estados Unidos são, obviamente, o mercado dominante para investimentos em esportes”, afirmou Cohen, que também lidera a equipe 23 Wall do JPMorgan, voltada ao público ultra-rico e responsável pelo relatório. “Mas as oportunidades estão se tornando cada vez mais disseminadas.”

Entre os investidores que expandem seus portfólios fora dos EUA estão o empresário tcheco Michal Strnad, do setor de munições, que adquiriu neste ano uma participação majoritária no clube de futebol FC Viktoria Plzen, por valor não divulgado.

PUBLICIDADE

Já o industrial britânico Jim Ratcliffe assumiu o controle das operações de futebol do Manchester United no ano passado, após desembolsar cerca de US$ 1,5 bilhão por aproximadamente um terço do tradicional clube — reforçando um império esportivo que já inclui times na França e na Suíça.

Juntos, Strnad e Ratcliffe possuem uma fortuna combinada de quase US$ 30 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

Os chefes dessas famílias bilionárias também vêm ampliando sua atuação em mercados privados, já que muitas empresas têm adiado suas aberturas de capital em meio à escassez de liquidez e ao aumento dos custos de empréstimo.

Quase 70% dos entrevistados pelo JPMorgan em conversas de uma hora afirmaram preferir hoje ter papéis ativos em investimentos privados, como ocupar assentos em conselhos de administração — uma alta em relação aos 43% registrados há três anos. A maioria ainda mantém o comando do negócio original da família.

“Eles estão dobrando a aposta nos investimentos privados”, disse Cohen. “Não estão recuando.”

-- Com a colaboração de Giles Turner.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

CEO da McLaren tem salto de 40% na remuneração e ganha US$ 50 mi após título na F1

Estranhou Bad Bunny no show do intervalo do Super Bowl? A NFL sabe o que está fazendo