Bloomberg Línea — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva em que determina a aplicação de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos do Brasil, elevando a alíquota total para 50%.
Mas abriu quase 700 exceções de produtos que não estarão sujeitas às tarifas, de aviões e equipamentos da Embraer a sucos e polpa de laranja, petróleo e derivados, ferro-gusa, castanhas, madeiras, celulose e diferentes tipos de carvão.
Dos principais produtos da pauta de exportações do Brasil para os Estados Unidos, apenas carne bovina, café e frutas ficaram de fora da lista de exceções.
As ações da Suzano passaram a subir mais de 2%, e as da Embraer, mais de 10%, e as da WEG, cerca de 1,5%, minutos depois do anúncio de Trump, por volta das 15h30 desta quarta. O dólar, que chegou a ser negociado a R$ 5,60 mais cedo, passou a operar em queda e próximo a R$ 5,56.
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A medida foi anunciada como uma resposta a uma suposta “ameaça do governo brasileiro” aos EUA. O governo americano disse que as tarifas de 50% entrarão em vigor em sete dias.
“[A ordem foi assinada] para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”, disse a Casa Branca em comunicado.
O texto começa alegando que o país “enfrenta uma emergência nacional”.
Segundo o documento, reiterando o que Trump já havia declarado, o governo americano considera que a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo governo brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores constituem graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.
A Casa Branca disse que Trump pretende garantir a liberdade de expressão, proteger empresas americanas da censura e responsabilizar violadores de direitos humanos por seu comportamento ilegal.
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O documento acusa ainda membros do governo brasileiro de “coagir, de forma tirânica e arbitrária, empresas americanas a censurar discursos políticos”. Ele cita nominalmente as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) por “abuso de autoridade”.
A referência é às big techs, como X, Google e Meta (Facebook e Instagram), que permitiram postagens de forma indiscriminada em anos anteriores.
-- Com informações da Bloomberg News.
-- Em atualização.
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