Núcleo da inflação nos EUA medida pelo PCE sobe 0,2% em outubro, conforme o esperado

Em outubro, índice de inflação que é o mais observado pelo banco central americano ficou estável na base mensal, com alta de 3% em 12 meses

Shoppers At The Polaris Fashion Place Mall On Black Friday
30 de Novembro, 2023 | 10:42 AM

Bloomberg Línea — O núcleo do índice de inflação mais observado pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o PCE (Índice de Gastos Pessoais), desacelerou para 0,2% em outubro, reforçando as apostas do mercado de que a política monetária está restritiva o suficiente para que o banco central americano possa cortar juros no próximo ano.

O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços consideradas mais voláteis de energia e alimentos. Já o índice cheio ficou estável no mês passado (variação de 0%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.

No acumulado em 12 meses, a variação foi de 3,5% para o núcleo e de 3,0% para o índice geral. Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg com economistas era de alta de 0,1% do PCE na comparação mensal em outubro. Já para o núcleo, a expectativa era de 0,2% sobre setembro.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq, que operavam com ganhos na casa de 0,3% minutos antes da divulgação, mostraram pouca alteração depois, preservando os ganhos.

PUBLICIDADE

Dados mais fracos de inflação e sinais de uma desaceleração da economia dos Estados Unidos têm levado os Treasuries ao melhor mês desde a década de 1980, contribuindo ainda para ganhos de outras classes como ações, crédito e ativos de mercados emergentes. Os investidores aguardam agora por um novo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira (1).

Política monetária

O indicador de inflação é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) se reúne nos próximos dias 12 e 13 de dezembro, no último encontro do ano.

No começo de novembro, o Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas pela segunda vez consecutiva, no intervalo de 5,25% a 5,50%.

No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fomc sinalizou que o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro podia pesar sobre o desempenho da economia e da inflação. “Condições financeiras e de crédito mais restritivas para famílias e empresas provavelmente pesarão sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação”, escreveu o Comitê, em comunicado.

Alguns integrantes da autoridade monetária também disseram que o aumento nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo poderia reduzir a necessidade de novas altas nas taxas.

Traders têm agora aumentado as apostas de que um ciclo de flexibilização começará no primeiro semestre de 2024 e buscarão um endosso para essas posições nos próximos dados.

Na quarta-feira (29), o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos mostrou crescimento de 5,2% no terceiro trimestre de 2023, de acordo com a segunda estimativa divulgada pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou acima da estimativa de analistas, que apontava para alta de 5,0%.

PUBLICIDADE

Na primeira estimativa, o dado apontava para uma expansão de 4,9% ante o segundo trimestre do ano.

- Com informações da Bloomberg News

Leia também:

Há demanda crescente do investidor por ativos em Brasil e México, diz BlackRock

Henry Kissinger, Secretário de Estado nas crises dos anos 70, morre aos 100 anos

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.