:quality(75)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/bloomberglinea/BCDVJL4YHIATUL6HIKHYJQC7TM.jpg "Luis Caputo comandou o banco central da Argentina no governo de Mauricio Macri")
Bloomberg — O ex-presidente do Banco Central da Argentina Luis Caputo, que liderou a autoridade monetária durante parte do governo de Mauricio Macri, agora lidera a equipe de transição econômica do presidente eleito Javier Milei, segundo duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
Caputo, 58 anos, aparece entre os candidatos mais prováveis para assumir como ministro da economia após a transição, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas ao discutir planos privados que ainda estão sujeitos a mudanças.
O economista, que também foi secretário de finanças sob Macri, ofereceu-se para ajudar a obter financiamento internacional para estabilizar o país assim que Milei assumir o cargo em 10 de dezembro, disse uma das fontes.
Milei elogiou Caputo em uma entrevista na TV na quarta-feira à noite (22), dizendo que ele tem o que é preciso para ser seu chefe econômico, mas sem confirmá-lo oficialmente para o cargo.
Caputo é “alguém em condições de ocupar essa posição, sem dúvida”, disse Milei durante a entrevista, referindo-se ao cargo de ministro da economia.
Quem assumir o cargo enfrentará enormes desafios, incluindo como desfazer uma teia de controles cambiais e congelamentos de preços impostos pelo governo atual, ao mesmo tempo em que gerencia uma desvalorização inevitável do peso sem desencadear a hiperinflação. Tudo isso com uma economia estagnada, finanças públicas fragilizadas e mais de 40% da população vivendo na pobreza.
Caputo atuou como chefe de finanças desde o início do governo de Macri, quando negociou um acordo de US$ 16,5 bilhões com detentores de títulos inadimplentes, permitindo que a Argentina retornasse aos mercados internacionais de capitais.
Mais tarde, emitiu um título de 100 anos que o governo de Alberto Fernández trocou após dar calote novamente em 2020. Em meio a uma corrida cambial em 2018, Macri escolheu Caputo para assumir o banco central, mas ele serviu apenas por alguns meses antes de renunciar inesperadamente em meio a tensões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Pressionado durante a entrevista de quarta-feira na TV, Milei não negou que Caputo já estaria participando de reuniões entre sua equipe de transição e a do FMI. Um porta-voz do presidente eleito se recusou a comentar.
Os investidores estarão observando de perto quem Milei escolhe para a complicada missão econômica e se essa pessoa cumprirá suas promessas de campanha mais radicais, incluindo a dolarização da economia e o fechamento do banco central.
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