Hong Kong contra ‘casas-gaiola’: nova lei proíbe lares com menos de 8 metros quadrados

Legisladores aprovaram um projeto para eliminar gradualmente os mais de 200.000 cubículos para pessoas de baixa renda, e governo se mobiliza para atender ao apelo de Pequim para melhorar as condições de vida na cidade

Mais de 200.000 pessoas vivem em cerca de 110.000 cubículos subdivididos em Hong Kong (Foto: Paul Yeung/Bloomberg)
Por Shawna Kwan
27 de Setembro, 2025 | 08:21 AM

Bloomberg — Os legisladores de Hong Kong aprovaram um projeto de lei para eliminar gradualmente pequenas unidades residenciais de baixa qualidade, enquanto o governo se mobiliza para atender ao apelo de Pequim para melhorar as condições de vida na cidade.

De acordo com o novo projeto de lei aprovado na sexta-feira (26), os chamados apartamentos subdivididos devem ter pelo menos 8 metros quadrados e estar equipados com banheiro separado, instalações de segurança contra incêndio, iluminação e ventilação.

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A repressão surge na sequência das preocupações levantadas por Pequim sobre as chamadas “casas-gaiola” da cidade, ou unidades minúsculas, frequentemente alugadas para pessoas de baixa renda.

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Embora as medidas visem melhorar os padrões de vida, grupos que atendem pessoas desfavorecidas em Hong Kong alertaram que as medidas podem aumentar os aluguéis de moradias populares e que a oferta dessas unidades acessíveis pode diminuir.

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A crise imobiliária de Hong Kong, que já dura anos, pouco contribuiu para facilitar a acessibilidade para a parcela mais pobre da população.

Idosos, novos imigrantes e jovens trabalhadores frequentemente dependem de unidades subdivididas.

A renda mediana dos inquilinos pesquisados era de HK$ 7.200 (US$ 925) por mês, enquanto o aluguel mediano de uma unidade subdividida era de HK$ 4.500, de acordo com um relatório de março da Sociedade para Organização Comunitária em Hong Kong, uma organização não governamental.

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Mais de 200.000 pessoas vivem em cerca de 110.000 unidades subdivididas em Hong Kong, segundo dados do governo.

As autoridades permitirão que os proprietários registrem seus imóveis atuais a partir de março, concedendo-lhes um período de carência para que posteriormente realizem as melhorias necessárias para atender aos novos padrões, de acordo com o projeto de lei.

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