Bloomberg — Os Estados Unidos e o Paraguai assinaram na segunda-feira (15) um acordo de segurança que pode permitir a atuação de soldados americanos no país como parte da ofensiva do presidente Donald Trump contra gangues criminosas violentas que seu governo considera terroristas.
O chamado acordo sobre o status das forças formaliza uma parceria já existente, afirmou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que elogiou o Paraguai como um dos “aliados mais fortes do mundo” de seu país e da região.
“A maior ameaça que enfrentamos no Hemisfério Ocidental é a ameaça das redes criminosas”, disse Rubio em comentários gravados. “Precisamos de parceiros fortes na região que compreendam que essa é a principal ameaça em nosso hemisfério e estejam comprometidos em trabalhar conosco para enfrentá-la.”
Segundo ele, o acordo também facilita operações conjuntas, treinamento e o compartilhamento de inteligência em questões de segurança, ao mesmo tempo em que respeita a soberania nacional.
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O Paraguai tem se consolidado como um aliado próximo do governo Trump, mesmo com o presidente Santiago Peña, do partido conservador Colorado, mantendo relações cordiais com governos de esquerda na região.
O país também é um dos poucos que ainda mantêm relações diplomáticas com Taiwan, embora isso tenha custado oportunidades de comércio e investimento com a China.
Em outubro, os Estados Unidos retiraram sanções financeiras impostas ao mentor político de Peña, o presidente do Partido Colorado e ex-chefe de Estado Horacio Cartes, além de várias de suas empresas.
O governo Biden havia proibido Cartes de entrar nos Estados Unidos e de acessar o sistema bancário americano por supostos atos de corrupção.
Rubio disse que os Estados Unidos também querem fortalecer os laços econômicos com o Paraguai. O país sem saída para o mar, com 6,1 milhões de habitantes e tamanho semelhante ao da Califórnia, tem uma das economias que mais crescem na região, impulsionada pela forte demanda por exportações de carne bovina, soja e produtos manufaturados. Na semana passada, o banco central elevou sua projeção de crescimento para este ano de 5,3% para 6%.
Ao falar no evento de assinatura em Washington, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, afirmou que o acordo reforça a relação de segurança entre os dois países.
“O presidente Santiago Peña está profundamente comprometido em continuar trabalhando intensamente na relação entre nossos países, assim como em objetivos compartilhados como este”, disse Ramírez, em referência ao combate ao crime organizado.
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