Bloomberg — O governo dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, concordou em adiar por um ano a implementação de uma estrutura de sanções que teria expandido drasticamente o número de empresas chinesas sujeitas às restrições comerciais, de acordo com informações do Ministério do Comércio da China.
A trégua de um ano entre as duas maiores potências do mundo foi anunciada depois de reunião entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, em Busan, na Coreia do Sul, nesta quinta-feira (30).
Pequim disse que Washington concordou em adiar a implementação da chamada regra dos 50%, anunciada no final de setembro, por um ano.
A China, por sua vez, adiará por 12 meses a expansão de seus próprios controles abrangentes de exportação de minerais de terras raras, que prejudicaria as operações de indústrias que vão de automóveis a semicondutores se a escalada das medidas entrasse em vigor conforme programado em dezembro.
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Pequim havia se oposto fortemente à regra de sanções dos EUA e a citou como o gatilho para a mudança da China em relação às terras raras a partir de outubro.
A medida dos EUA busca impedir que as empresas sancionadas - como a Huawei Technologies, a campeã chinesa de chips de IA - usem afiliadas para acessar produtos restritos dos EUA.
De acordo com as regulamentações, que estiveram em discussão por meses antes de serem reveladas, as subsidiárias que são pelo menos 50% de propriedade de empresas na “lista negra” enfrentariam as mesmas restrições que suas matrizes sancionadas.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, que divulgou a antecipação da suspensão das terras raras no domingo (26), disse na ocasião que não houve “nenhuma mudança” nos controles de exportação dos EUA durante as negociações comerciais em Kuala Lumpur, na Malásia.
A decisão dos EUA de realmente suspender a escalada de suas sanções faz parte de uma distensão mais ampla entre as duas maiores economias do mundo, após semanas e meses de tensões crescentes.
Segundo o acordo, os EUA reduzirão pela metade as tarifas relacionadas ao fentanil sobre os produtos chineses e suspenderão as chamadas tarifas recíprocas por um ano, enquanto a China retomará as importações de soja americana.
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Os dois países também trabalharão para chegar a um acordo sobre as operações do TikTok nos EUA.
“Acho que, na escala de zero a 10, sendo 10 o melhor, eu diria que a reunião foi um 12”, disse Trump a jornalistas no Air Force One, em que ele embarcou imediatamente após a reunião de quinta-feira com Xi Jinping na Coreia do Sul.
“Você sabe, o relacionamento como um todo é muito, muito importante. Acho que foi muito bom.”
O governo Trump já declarou várias vezes, ao longo de vários meses, que chegou a um acordo com a China sobre os controles de terras raras, que Pequim impôs pela primeira vez em abril, depois que os EUA divulgaram tarifas punitivas.
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