Equipe de Milei vê maior recuo da inflação na Argentina que o esperado por economistas

Apresentação do gabinete do secretário de Política Econômica vista pela Bloomberg News estima que o ritmo da alta dos preços ao consumidor deve recuar para 3,8% até setembro

Spring Meetings Of The International Monetary Fund And World Bank
Por Ignacio Olivera Doll
24 de Abril, 2024 | 09:08 AM

Bloomberg — A equipe econômica do presidente Javier Milei prevê uma desaceleração da inflação mensal da Argentina muito mais rápida do que o esperado pelos analistas, segundo uma mostra rara das projeções de seus assessores, que tentam tirar o país da crise.

O ritmo da alta de preços ao consumidor deve recuar para 3,8% até setembro, de acordo com uma apresentação vista pela Bloomberg News, datada de 4 de abril e de autoria do gabinete do secretário de Política Econômica, Joaquin Cottani, um importante braço direito do ministro da Economia, Luis Caputo.

Analistas sondados pelo banco central da Argentina em março estimavam uma inflação mensal de 6,2% em setembro.

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A equipe de Milei também estima que a economia argentina sofrerá uma contração de 2,8% este ano, menos do que a queda de 3,5% prevista por mais de 30 analistas consultados pela autoridade monetária.

A assessoria de imprensa do Ministério da Economia argentino não respondeu a um pedido de comentário após o horário comercial na terça-feira (23). O relatório foi apresentado a investidores estrangeiros que visitavam Buenos Aires, segundo uma pessoa com conhecimento direto que falou à Bloomberg News e pediu para não ser identificada, porque as reuniões eram fechadas.

O documento detalha as medidas drásticas de austeridade de Milei. Os gastos de capital ajustados pela inflação despencaram 85% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, segundo o relatório.

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Enquanto isso, dados do banco central mostraram que as reservas internacionais líquidas do país estavam negativas em US$ 4,2 bilhões em 19 de abril, levando em conta dívidas de curto prazo da autoridade monetária em leilões de títulos para facilitar importações.

Embora as reservas líquidas estivessem positivas segundo um critério diferente utilizado pelo FMI no início deste ano, não está claro se o credor multilateral irá adaptar sua metodologia para incluir os novos passivos do banco central argentino.

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