A América Latina e o Caribe seguem como a região com os preços mais altos para uma dieta saudável no mundo, com uma média de US$ 5,16 (cerca de R$ R$ 28,90) por pessoa por dia em paridade de poder de compra (PPP) em 2024, segundo dados da FAO.
O preço de uma dieta saudável na América Latina apresentou um aumento de 3,8% entre 2023 e 2024, de acordo com o relatório intitulado “The State of Food Security and Nutrition in the World 2025″.
O custo da dieta saudável aumentou de US$ 3,78 em 2019 para US$ 3,96 em 2020, US$ 4,16 em 2021, US$ 4,62 em 2022 e US$ 4,97 em 2023.
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“Os preços dos alimentos continuaram a subir em 2024, aumentando o custo médio de uma dieta saudável em todo o mundo e em todas as regiões”, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O custo de cada país é uma estimativa do preço mínimo para adquirir uma dieta saudável, que inclui uma variedade de alimentos disponíveis localmente e atende às necessidades de energia e da maioria dos nutrientes.

De acordo com a FAO, uma dieta saudável compreende quatro aspectos principais, incluindo diversidade (dentro e entre grupos de alimentos), adequação (suficiência de todos os nutrientes essenciais em relação às necessidades), moderação (alimentos e nutrientes que estão associados a resultados ruins para a saúde) e equilíbrio (ingestão de energia e macronutrientes).
Uma dieta saudável deve incluir muitos grãos integrais, nozes, frutas e uma variedade de vegetais.
Além disso, a inclusão de ovos, laticínios, aves e peixes em quantidades moderadas é recomendado, bem como carne vermelha em pequenas porções.
Isso inclui água potável limpa e segura como o líquido preferido, de acordo com a FAO.
Custo de uma dieta saudável por dia em 2024*
- Guiana – US$ 6,83
- São Vicente e Granadinas – US$ 6,43
- Dominica – US$ 6,36
- Haiti – US$ 6,21
- Suriname – US$ 6,16
- Jamaica – US$ 6,02
- Granada – US$ 5,83
- Antígua e Barbuda – US$ 5,90
- Bahamas – US$ 5,54
- Curaçao – US$ 5,54
- Trinidad e Tobago – US$ 5,56
- República Dominicana – US$ 5,40
- Caribe (média) – US$ 5,48
- América Latina e o Caribe (média regional) – US$ 5,16 (cerca de R$ R$ 28,90)
- Chile – US$ 5,22
- Aruba – US$ 5,00
- Paraguai – US$ 5,04
- Guatemala – US$ 5,03
- América Central (média) – US$ 4,69
- Belize – US$ 4,54
- Honduras – US$ 4,75
- Ilhas Cayman – US$ 4,70
- Colômbia – US$ 4,67
- Brasil – US$ 4,69
- Bolívia – US$ 4,82
- Costa Rica – US$ 4,62
- Panamá – US$ 4,34
- Peru – US$ 4,34
- México – US$ 4,41
- Uruguai – US$ 4,41
- Equador – US$ 3,56
*Países sem dados disponíveis (2024): Argentina, Barbados, Cuba, Porto Rico, El Salvador, Nicarágua e Venezuela. Valores em Paridade de Poder de Compra, ou Purchasing Power Parity, em inglês.
Custo de uma dieta saudável no mundo
Depois da América Latina, o preço de uma dieta saudável é mais alto na Ásia, com US$ 4,43 PPP, seguido pela África, com uma média de US$ 4,41 PPP.
Na Oceania, o custo médio é de US$ 3,86, enquanto na América do Norte e na Europa o custo médio é de US$ 4,02.
O maior aumento em 2024 foi no leste da África (7,2%), seguido pelo norte da África (5,5%).

De acordo com a FAO, os países de renda média alta tiveram o custo médio mais alto de uma dieta saudável em 2024, de US$ 4,83 PPP.
Globalmente, estima-se que 31,9% das pessoas (2,6 bilhões) não poderiam pagar por uma dieta saudável em 2024, em comparação com 33,5% (2,68 bilhões) em 2022, o que equivale a quase 80 milhões de pessoas a menos em dois anos.
Na América Latina e no Caribe, o número total de pessoas que não poderiam pagar por uma dieta saudável em 2024 chegou a 181,9 milhões.
Fome no mundo
A fome continua a afetar 8,2% da população mundial, ou cerca de 673 milhões de pessoas, com impacto especial nas sub-regiões da África e da Ásia Ocidental, de acordo com a FAO.
O relatório observa que, embora haja evidências de melhoria nos indicadores, “o progresso não foi consistente em todo o mundo”, pois a fome continuou a aumentar na maioria das sub-regiões da África e da Ásia Ocidental.
Os níveis registrados no ano passado representaram uma redução de 15 milhões em relação a 2023 e de 22 milhões em relação a 2022.
“Embora o declínio seja bem-vindo, as últimas estimativas ainda estão acima dos níveis pré-pandêmicos, e a alta inflação dos alimentos nos últimos anos contribuiu para a lenta recuperação da segurança alimentar“, disse a FAO.