CPI: núcleo da inflação dos EUA sobe 0,3% em setembro, abaixo do esperado

Resultado reforça apostas de que o Federal Reserve cortará os juros na próxima semana; Treasuries e dólar recuam após o dado

Esse foi o ritmo mais lento em três meses. Na comparação anual, o avanço foi de 3%.
Por Mark Niquette
24 de Outubro, 2025 | 09:58 AM

Bloomberg — O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que exclui as categorias frequentemente voláteis de alimentos e energia, avançou 0,3% em relação a agosto, segundo dados do Bureau of Labor Statistics divulgados nesta sexta-feira (24).

Esse foi o ritmo mais lento em três meses. Na comparação anual, o avanço foi de 3%.

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O resultado veio abaixo da estimativa de avanço de 0,4% de analistas consultados pela Bloomberg.

O relatório do CPI de setembro estava inicialmente programado para ser publicado em 15 de outubro, mas foi adiado devido à paralisação do governo federal.

Embora a maioria das operações do BLS tenha sido interrompida desde o fechamento em 1º de outubro, a agência convocou parte da equipe para preparar esta divulgação, necessária para que a Administração da Seguridade Social pudesse calcular o ajuste anual do custo de vida.

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O relatório informou ainda que os funcionários do BLS estarão disponíveis para atender ligações do público sobre o CPI apenas até o meio-dia em Washington, devido à paralisação.

A leitura abaixo do esperado foi uma surpresa positiva, especialmente para vários dirigentes do Federal Reserve que demonstravam cautela em reduzir ainda mais as taxas de juros.

Embora o banco central já fosse amplamente esperado a cortar os custos de empréstimo em sua reunião da próxima semana, o relatório pode ajudar a convencer os formuladores de política monetária de que será possível fazê-lo novamente em dezembro — especialmente na ausência de outros relatórios oficiais, caso a paralisação do governo continue.

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Os futuros das ações subiram, enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar recuaram após a divulgação do relatório.

Os preços de bens, excluindo alimentos e energia, avançaram em um ritmo mais lento, pressionados pela queda nos preços de carros usados.

Categorias mais expostas às tarifas, como móveis domésticos e bens recreativos, registraram alta. Os preços de vestuário subiram no ritmo mais rápido em um ano.

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Os preços de serviços, excluindo energia, aumentaram 0,2%, contidos pelo menor avanço em uma medida-chave de custos de moradia desde o início de 2021.

As tarifas aéreas subiram em ritmo mais moderado, enquanto os preços de seguros de automóveis caíram.

-- Em atualização.

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