Boeing 787 da Air India com 242 a bordo cai após decolagem rumo a Londres

Autoridades locais não relataram sobreviventes em Ahmedabad, no país asiático, no que pode se tornar o acidente mais grave do avião mais avançado da fabricante americana

Air India Boeing 787 Headed to London Crashes After Takeoff
Por Leen AI-Rashdan - Omar El Chmouri
12 de Junho, 2025 | 08:23 AM

Bloomberg — Um avião 787 Dreamliner da Boeing operado pela Air India, com destino a Londres, caiu pouco depois de decolar em Ahmedabad, no que pode ser o pior acidente envolvendo o avião de fuselagem larga mais avançado da fabricante de aviões norte-americana.

O avião, que transportava 242 passageiros e tripulantes, tinha quase 12 anos de idade, e o jato era movido por dois motores General Electric GEnx, uma das duas opções de turbina desse modelo. A Air India tinha 34 787s em serviço no momento do acidente, que ocorreu logo após a decolagem em Ahmedabad.

PUBLICIDADE

A Boeing lançou o 787 há mais de uma década com várias inovações importantes - tanto em termos de como a aeronave é montada quanto dos materiais que utiliza. A aeronave inclui materiais compostos leves que ajudam a reduzir a eficiência de combustível, e a cabine tem compartimentos de bagagem maiores e iluminação ambiente. A Boeing também se baseou em uma rede global de fornecedores de peças. Partes da fuselagem vêm do Japão e da Itália e as pontas das asas vêm da Coreia do Sul.

Leia também: Acidentes aéreos em série assustam passageiros; especialistas negam risco sistêmico

  (Fonte: Bloomberg)

A aeronave da Boeing está agora sendo montada em uma fábrica em Charleston, Carolina do Sul, a única linha de montagem principal longe de seu principal centro de produção na área de Seattle.

PUBLICIDADE

As unidades anteriores, incluindo a que se envolveu no acidente, foram construídas em Seattle.

A Boeing projetou o 787 em uma época em que a arquirrival Airbus estava indo na direção oposta com seu enorme A380 de dois andares, com as duas empresas assumindo tendências divergentes para as viagens aéreas globais: A Airbus apostou nas principais rotas troncais para aeroportos congestionados que somente um avião gigante como o A380 poderia absorver, enquanto a Boeing apostou no conceito de viagem ponto a ponto.

No final, o raciocínio da Boeing se mostrou correto, e a Airbus parou de fabricar o A380 depois que as vendas estagnaram.

PUBLICIDADE

Atualmente, há 1.148 aeronaves Boeing 787 em serviço em todo o mundo, com uma idade média de 7,5 anos, de acordo com dados compilados pela Cirium.

A maior operadora de 787 é a ANA Holdings, com 86 unidades, seguida pela United Airlines Holdings e American Airlines.

A Qatar Airways acaba de encomendar 130 787s adicionais durante a recente visita do presidente Donald Trump à região.

PUBLICIDADE

A Boeing disse no mês passado que mais de um bilhão de passageiros já voaram no jato em seus 14 anos de operação, um tempo recorde para um modelo widebody atingir esse marco.

A aeronave mais popular da empresa continua sendo o modelo menor 737, enquanto o 777 maior está aguardando a certificação de uma variante atualizada, o 777X.

Embora a aeronave continue sendo extremamente popular, ela não está livre de problemas no passado.

Menos de dois anos após o lançamento do avião em 2011, a Boeing foi forçada a suspender toda a frota para verificar se havia falhas nas baterias de lítio, que corriam o risco de superaquecer e pegar fogo.

No ano passado, um engenheiro da Boeing alegou que a empresa tomou atalhos na fabricação do Dreamliner para aliviar os gargalos de produção, uma acusação que a empresa negou.

Os trabalhadores da fábrica mediram e preencheram erroneamente as lacunas que podem ocorrer quando os segmentos da fuselagem do 787 são unidos, de acordo com Sam Salehpour, um funcionário de longa data da Boeing que tornou públicas suas preocupações no ano passado.

--Com a ajuda de Satviki Sanjay, Anthony Palazzo e Kate Duffy.

Veja mais em bloomberg.com