Bloomberg Línea — O chocolate considerado o mais caro do mundo se chama To’ak, vem do Equador e custa centenas de dólares por uma única barra de 50 gramas.
O produto é uma criação da To’ak, uma empresa que nasceu de um projeto de conservação florestal. Para produzir cada barra, é necessário o uso de Cacao Arriba, Nacional ou Fino de Aroma, uma variedade de cacau cobiçada pela qualidade de seu aroma e sabor.
Cada produto é fruto de um processo artesanal, incluindo o uso de embalagens de madeira, o que justificaria os altos custos, segundo a fabricante.
Por exemplo, uma barra de 50 gramas da linha Masters Series, feita apenas com cacau e açúcar de cana, vem em uma caixa de madeira de olmo e custa US$ 490.
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A To’ak, que oferece outros produtos, como chás e chocolate em pó, descreve seu produto como “o primeiro chocolate de luxo do mundo”.
“Queríamos romper com a percepção do século 20 do chocolate como um simples doce”, escreveu Jerry Toth, um dos fundadores, no site da empresa.
A equatoriana Denisse Valencia e o austríaco Carl Schweizer completam o trio de fundadores.
“Nossa missão é elevar o chocolate ao nível do vinho”, acrescentou Toth, que se tornou fazendeiro de cacau depois de trabalhar como conservacionista de florestas tropicais.
Como é criado o chocolate mais exclusivo do mundo
Segundo a empresa, o chocolate é produzido em um processo que ocorre “da árvore à barra” no Equador.
Ele se origina na região montanhosa do vale de Piedra de Plata, no oeste do país, mundialmente conhecida pela qualidade de seu cacau.
Lá, fazendeiros locais se envolvem no processo do cultivo à colheita, cuidando das condições do solo, o que influencia o sabor. Como resultado, segundo a empresa, não há duas barras iguais, pois as colheitas variam de estação para estação.
Outro dos elementos mais característicos do chocolate é o uso de um tipo de Cacao Arriba ou Nacional, que se acredita ser a variedade de cacau mais antiga e mais rara do mundo.
Acreditava-se que essa espécie estava extinta até 2013, quando Toth e uma equipe encontraram plantações desse cacau.
Apenas alguns foram identificados como “100% puro Nacional”, de acordo com um estudo realizado em colaboração com o Heirloom Cacao Preservation Fund (HCP), uma organização dedicada à preservação do cacau tradicional e ao fortalecimento da cadeia de suprimentos.
Cada barra do chocolate é feita exclusivamente com esse cacau, que é torrado, descascado e moído em pequenos pedaços conhecidos como nibs, que são então misturados com açúcar de cana.
O processo continua com a mistura, que pode levar dias para obter uma fusão dos ingredientes em uma temperatura controlada.
A criação dos chocolates termina com o envelhecimento do chocolate, pois com o tempo o perfil do sabor muda. “Decidimos fazer chocolate como um vinicultor faz vinho e como um artista faz arte”, diz Toth no site.
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