Bloomberg Línea — A Unilever planeja transformar a Hellmann’s brasileira em benchmark global da marca por meio de um novo programa de agricultura regenerativa para a soja.
Lançado em maio deste ano e apresentado oficialmente durante a COP30 em novembro, o Renova Terra vai representar investimentos de R$ 32 milhões para auxiliar produtores de soja na transição para a agricultura regenerativa.
A meta é implementar essas práticas em até 45.000 hectares até 2030, o que cobrirá de 70% a 90% da “pegada” de soja utilizada pela marca Hellmann’s no Brasil.
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O programa será implementado ao longo de cinco anos em parceria com a CJ Selecta, processadora de soja e fornecedora da matéria-prima para a Unilever.
Para Andrés González, presidente da Unilever Brasil, o projeto traz protagonismo para o país por ser um dos mais estratégicos da companhia no mundo.
“No Brasil, o cultivo que tem mais impacto no nosso negócio é a soja e é por essa razão que escolhemos ela para o Regenera. Mas o programa é só um primeiro passo”, afirmou González em entrevista à Bloomberg Línea.
“O objetivo é continuar evoluindo para que o Brasil se torne um exportador líder de soja regenerada para outras geografias da Unilever”, disse o executivo.

O executivo defendeu que a empresa deve também estimular o Brasil nessa direção, ajudando a desenvolver medidas e índices para incorporar a agricultura regenerativa como parte da agenda climática do país.
O projeto prevê a adesão progressiva de até 45 produtores rurais, que receberão suporte técnico personalizado, incentivo financeiro para implementação das práticas e acompanhamento contínuo
“Como comprador de insumos, temos que garantir as ferramentas corretas para nossos fornecedores, para que esse seja um modelo de negócios estrutural”, disse.
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A meta é implementar o projeto em cerca de 20.000 hectares (valor perto da metade da meta) já nos próximos dois anos.
O Renova Terra irá implementar ainda um sistema de mensuração que, em um segundo passo, poderá ajudar a companhia a dimensionar a redução de emissões e gerar créditos de carbono.
O projeto se conecta com a estratégia da companhia de alcançar emissões líquidas zero de carbono em toda a sua cadeia de valor até 2039. A Unilever também tem a meta global de implementar práticas regenerativas em 1 milhão de hectares agrícolas até 2030.
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