Brasil registra queda no desmatamento da Amazônia apesar de incêndios recordes

A menos de duas semanas da cúpula global sobre o clima COP30, a perda florestal na Amazônia caiu 11,1% em comparação com o ano anterior, e perdeu 5.796 quilômetros quadrados de 1º de agosto de 2024 a 31 de julho deste ano

A menos de duas semanas da cúpula global sobre o clima COP30, a perda florestal na Amazônia caiu 11,1% em comparação com o ano anterior
Por Fabiano Maisonnave
30 de Outubro, 2025 | 04:33 PM

Bloomberg — A menos de duas semanas de sediar a cúpula global sobre o clima COP30, o Brasil anunciou na quinta-feira (30) que a perda florestal na Amazônia caiu 11,1% em comparação com o ano anterior, apesar de a floresta tropical ter sofrido incêndios florestais recordes.

A Amazônia perdeu 5.796 quilômetros quadrados de 1º de agosto de 2024 a 31 de julho, o período de 12 meses utilizado pelo sistema de monitoramento do Brasil.

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Essa é a terceira menor área de perda desde que as medições começaram em 1988. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, conhecido como INPE, um órgão federal.

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O declínio é uma boa notícia para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo antes da COP30.

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Isso ocorre no momento em que o governo enfrenta críticas por autorizar a perfuração de petróleo perto da foz do rio Amazonas, a algumas centenas de quilômetros de Belém, a cidade que sediará as próximas negociações sobre o clima.

Lula prometeu atingir o desmatamento líquido zero até 2030 em todo o Brasil, embora seu mandato atual termine em janeiro de 2027.

Esse é o terceiro ano consecutivo em que o governo do Brasil reduziu o desmatamento, que atingiu um recorde de 15 anos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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A queda surpreendeu as autoridades, que temiam que a seca recorde do ano passado e os incêndios florestais resultantes agravassem a perda de florestas.

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Os incêndios florestais em 2024 varreram uma área da Amazônia aproximadamente do tamanho da Costa Rica - um aumento de 526% em relação ao ano anterior.

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Mas nem toda área queimada é contabilizada como desmatada.

O sistema de monitoramento do Brasil considera uma área desmatada se ela tiver perdido mais de 70% de sua vegetação original. Caso contrário, ela é classificada como degradada. Algumas áreas queimadas conseguem se recuperar com o tempo, enquanto outras acabam entrando em colapso.

Enquanto os incêndios florestais na América do Norte geralmente atravessam as copas das árvores e se espalham rapidamente, as chamas na Amazônia mais úmida geralmente se arrastam pelo chão da floresta, causando uma destruição menos imediata.

A seca de 2024, impulsionada pelas mudanças climáticas, criou condições para que os incêndios se espalhassem em uma extensão sem precedentes.

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