Bloomberg — O Brasil tenta formar uma coalizão de países, incluindo a União Europeia e a China, para unificar os mercados de carbono globalmente enquanto se prepara para sediar a cúpula do clima COP30 neste ano.
Autoridades trabalham em uma proposta para integrar melhor os sistemas nacionais de comércio de emissões e os padrões que os sustentam, de acordo com um rascunho do documento visto pela Bloomberg News.
A iniciativa faz parte da agenda do Brasil, que busca ajudar os países a implementar seus compromissos climáticos.
A UE e a China manifestaram interesse em aderir ao acordo, o que pode torná-lo um dos desfechos mais significativos da cúpula de novembro, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Ainda assim, a UE está cautelosa em relação à proposta devido a preocupações de que ela possa minar os padrões rigorosos do bloco, disseram as pessoas.
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A presidência brasileira da COP e a UE não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. O Ministério do Meio Ambiente da China não respondeu a um e-mail que solicitava comentários, enviado após o horário comercial.
Atualmente, existem mais de 40 impostos sobre carbono e 35 sistemas de comércio de emissões em todo o mundo.
“Padrões inconsistentes prejudicam a confiança do mercado, aumentam os custos e impactam desproporcionalmente os países em desenvolvimento”, afirma o documento.
“O Brasil propõe o lançamento de uma Coalizão Climática Aberta com o objetivo de promover a convergência de longo prazo nos mercados de carbono.”
Cerca de 28% das emissões globais estão atualmente sujeitas a um preço de carbono, e os mercados são vistos como uma forma de reduzir as emissões e gerar receita.
Os mercados de carbono arrecadaram cerca de US$ 100 bilhões em 2024, de acordo com um relatório recente. Um sistema mais global também poderia ser uma resposta às críticas dos países em desenvolvimento de que as políticas elaboradas para impedir que as emissões sejam transferidas para o exterior, como as implementadas pela UE, os colocam em desvantagem.
A proposta preliminar do Brasil, que está sujeita a alterações, visa desenvolver padrões comuns para monitoramento, reporte e verificação.
Ela também aplicaria esquemas de reconhecimento mútuo e coordenaria critérios para o uso de créditos de carbono de alta qualidade.
A UE, por exemplo, considera permitir o uso de créditos de carbono para cumprir suas metas climáticas de 2040.
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