Bloomberg — Donald Trump está interessado em se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e autoridades discutem um possível encontro entre os dois quando estiverem na Malásia para a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, de acordo com um funcionário da Casa Branca que falou com a Bloomberg News.
O Brasil espera que a retomada do diálogo entre os dois países convença os Estados Unidos a reduzir as tarifas punitivas sobre produtos brasileiros essenciais, incluindo café e carne.
A reunião pode ocorrer já em 26 de outubro, disseram três autoridades brasileiras familiarizadas com o planejamento.
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Em um telefonema com Trump no início deste mês, Lula pediu aos EUA que reduzissem de 50% para 10% a tarifa imposta ao país e retirassem sanções e restrições de visto para ministros, outras autoridades do governo e seus familiares.
Após a ligação — que ambos os lados descreveram como amigável — Trump disse que buscaria agendar reuniões com Lula tanto no Brasil quanto nos EUA.
Mas a cúpula na Malásia oferece uma oportunidade mais próxima para os líderes se encontrarem e resolverem uma disputa que começou em julho, depois que Trump tentou impedir o julgamento de seu aliado Jair Bolsonaro, o que levou a meses de relações frias entre os dois países.
As conversas entre o Brasil e os EUA foram retomadas depois que Trump e Lula se cruzaram brevemente na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, no mês passado — embora as conversas ainda não tenham se refletido em mudanças práticas.
Além de tarifas e sanções, as duas nações também vêm discutindo práticas comerciais que têm sido alvo de uma investigação do escritório do Representante Comercial dos EUA.
Em uma reunião realizada na semana passada, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e seu colega brasileiro, Mauro Vieira, discutiram tópicos como a regulamentação de empresas de mídia social dos EUA que operam no país e o setor de etanol no Brasil, de acordo com duas autoridades brasileiras que pediram anonimato porque discutiam um compromisso privado.
Antes da tão esperada reunião, o governo brasileiro tem trabalhado para preparar materiais de apoio sobre uma série de temas que podem ser relevantes para as negociações, incluindo minerais críticos, data centers e regulamentação de redes sociais.
Ainda assim, a estratégia de Lula é esperar que o governo Trump apresente suas demandas antes de colocar as suas propostas na mesa, disseram duas autoridades familiarizadas com as discussões.
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