IPCA-15 sobe 0,2% em novembro, acima do esperado, mas atinge teto da meta em 12 meses

Recuo no acumulado de 12 meses reforça expectativa de que o BC encerrou o ciclo de altas, embora incertezas fiscais persistam

Embora esse seja um passo à frente para os dirigentes de políticas, o banco central tem dito repetidamente que deseja que a inflação retorne ao ponto médio de 3% de sua meta.
Por Beatriz Reis
26 de Novembro, 2025 | 10:22 AM

Bloomberg — A inflação ao consumidor brasileiro desacelerou para o intervalo da meta no início de novembro, pela primeira vez desde janeiro, já que a política monetária restritiva tem esfriado a demanda.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,20% em novembro, segundo dados do IBGE.

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Em outubro, o avanço havia sido de 0,18%.

A inflação anual diminuiu para 4,5% na primeira metade de novembro, um pouco acima da estimativa mediana de 4,48% dos analistas consultados pela Bloomberg News.

  (Fonte: IBGE)

Embora esse seja um passo à frente para os dirigentes de políticas, o banco central tem dito repetidamente que deseja que a inflação retorne ao ponto médio de 3% de sua meta.

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O banco elevou seus juros de referência em 4,5 pontos percentuais entre setembro de 2024 e junho de 2025, para 15%.

O diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, disse na terça-feira que novos aumentos da taxa de juros não fazem mais parte do cenário básico.

Se a pressão inflacionária continuar a arrefecer, espera-se que o próximo passo do banco seja um corte, embora o momento permaneça incerto, disse ele.

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No início desta semana, os analistas reduziram suas previsões de inflação para 2026 de 4,20% para 4,18%, de acordo com uma pesquisa do banco central com economistas.

As preocupações de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa aumentar os gastos públicos para reforçar sua popularidade antes das eleições do próximo ano estão obscurecendo as perspectivas de inflação. O líder esquerdista ganhou nas pesquisas recentemente depois de reatar os laços com Donald Trump, que havia imposto tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros no início deste ano.

--Com a ajuda de Giovanna Serafim.

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